O pai da menina Maria Clara de Souza Galvão, de 1 ano e 4 meses, degolada pelo padrasto no interior de São Paulo, afirma que agora quer a guarda dos outros dois filhos. “Vou lutar por eles. Custe o que custar. Eu quero meus filhos do meu lado”, disse Steven Roger Galvão em entrevista à Record TV.Leia também: Caso Maria Clara: polícia investiga se padrasto agiu sozinho O padrasto da criança, Diogo da Silva Leite, cumpre prisão temporária na cadeia pública de Taubaté após confessar o crime e revelar à polícia onde estava o corpo da criança. Maria Clara foi encontrada em uma área de mata no distrito de Quiririm, em Taubaté. O caso gerou comoção na cidade de Pindamonhangaba, onde vive a família. Diogo deixou a delegacia aos gritos de “assassino” e quase foi agredido pelo avô paterno da criança. A casa onde a família vivia foi incendiada por populares, que acreditam no envolvimento da mãe, Adriana Barbosa, na morte de Maria Clara. O imóvel está destruído. O que não virou cinza, derreteu. A mãe, que está grávida de seis meses de Diogo, e os outros dois filhos, do casamento com Steven, estão abrigados no Conselho Tutelar, porque Adriana está ameaçada de morte. Steven conta que a última vez que encontrou a filha foi na segunda-feira (12), Dia das Crianças, na casa da ex-mulher, um dia antes do assassinato. Na ocasião, diz ele, o padrasto da criança não teria gostado de sua presença e, dentro da casa, mostrou uma arma como forma de ameaçá-lo. Em uma ocasião anterior, ele perguntou se Steven já havia sido preso. Após a resposta negativa, Diogo disse que já havia sido preso por envolvimento com drogas. Ainda segundo o relato de Steven, seu filho mais velho, de 6 anos, chegou dizer que queria deixar a casa onde vivia com a mãe e o padrasto. “Ele falou ‘pai, arruma outra mãe pra mim, que eu quero ir embora com você’”. Depois da morte de Maria Clara, o mesmo filho, por videoconferência, pediu desculpas ao pai e disse estar sonhando com a irmã, disse Steven. De acordo com a polícia, Diogo citou Steven como mandante do assassinato da própria filha. O pai da criança nega. Diogo e a mãe da criança moravam juntos há cerca de um ano e, segundo vizinhos, eram um casal tranquilo. Morador de Pindamonhangaba, Diogo da Silva Leite saiu com Maria Clara para marcar uma consulta médica para um dos irmãos dela na terça-feira (13). Ele, no entanto, se dirigiu de bicicleta ao município vizinho de Taubaté pela rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro. Em um acesso no distrito de Quiririm, ele ultrapassou uma cerca de arame farpado, caminhou por uma trilha em região de mata, até que parou e usou uma faca para cometer o crime. O corpo de Maria Clara de Souza Galvão, degolado, foi encontrado abandonado na trilha. Foi Diogo quem conduziu a polícia ao local após confessar o crime. De acordo com a polícia, Adriana Batista, mãe da criança e mulher de Diogo, acompanhava o depoimento no momento em que ele confessou o crime. Segundo a polícia, ela chorou, demonstrou desespero e perguntou por que o atual marido cometeu o crime. Adriana acreditava na primeira versão dada por Diogo. Ele alegou que estava com a criança nos braços em um ponto de ônibus, mas precisou ir ao banheiro. Pediu, então, para um homem desconhecido segurar a bebê. Quando voltou, o rapaz e Maria Clara tinham sumido. Em entrevista à Record TV, no entanto, ele caiu em contradição quando disse que ficou meia hora no banheiro e, em seguida, disse que foram apenas cinco minutos. A polícia desconfiou também do fato de Diogo ter dito que o sumiço ocorreu por volta de 11h, mas só ter procurado a polícia por volta das 22h. Nenhuma testemunha apareceu para dizer que viu Diogo deixando a bebê com o desconhecido. O pai de Maria Clara, Steven Roger, duvidou. "O olhar dele tava contando pra mim 'eu matei a sua filha", afirmou. A polícia tenta esclarecer também o que motivou Diogo ir até a região de mata onde a criança foi morta, se ele já conhecia a região, se costumava frequentar o local e com quem. Uma das questões a serem respondidas é se alguém sabia que o crime iria acontecer. A razão do crime também não foi esclarecida. Também é investigada a hipótese da criança ter sofrido abuso sexual, pois o corpo de Maria Clara foi encontrado sem roupa. A polícia aguarda um laudo da pericia médica. O corpo de Maria Clara foi sepultado na quinta-feira (15).