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Passageiros enfrentam transtornos e filas com greve de ônibus em SP

Sem acordo sobre benefícios, categoria voltou a parar após 15 dias. Rodízio está suspenso e corredores de ônibus estão liberados

São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7, com informações da Record TV

Professora Regiane de Oliveira tenta chegar ao trabalho em manhã de caos em SP
Professora Regiane de Oliveira tenta chegar ao trabalho em manhã de caos em SP Professora Regiane de Oliveira tenta chegar ao trabalho em manhã de caos em SP

A população que depende do transporte público da cidade de São Paulo enfrenta, na manhã desta quarta-feira (29), transtornos, filas e caos por conta da greve de motoristas de ônibus, anunciada desde 0h de hoje. A decisão pela paralisação ocorreu depois que uma reunião entre os trabalhadores e o sindicato patronal terminou sem acordo na tarde de terça-feira (28). 

A enfermeira Lucimara só vai conseguir chegar ao trabalho de carona com uma colega. "Meu esposo me levou de carro até Itaquera e eu peguei o metrô até o Belém. Saí bem mais cedo de casa, uma meia hora antes. Para quem pega só ônibus, tá difícil, viu?", afirma.

Ela conta que já imaginava que teria uma nova greve de motoristas e cobradores. "Eles fazem um acordo, arca com uma parte, com a outra não, e quem sofre as consequências é a gente. O aumento [da tarifa] vai vir por aí, pode ter certeza. Depois da eleição, vamos pagar o preço", acredita.

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A biomédica Yanka da Silva pega o ônibus na Barra Funda e vai até o Hospital Cachoeirinha, na zona norte. Hoje não tinha coletivo e a empresa decidiu pagar um carro de aplicativo. "Cheguei aqui 6h e já são 6h30 e não tem nenhum ônibus. Já tinha gente na fila. O pessoal avisou que não tinha nada. Não tem van de opção, como da outra vez. Tô preocupada. O Uber também tá uma fortuna", diz.

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Alexandre Pires da Silva é marceneiro e precisava pegar o ônibus para a zona norte. Esperou 30 minutos e o coletivo não passou. "Não tem outra opção. Moro na zona leste e o metrô estava normal. Mas lá a Express estava funcionando. Vamos esperar e ver o que que dá. Hoje vai depender do nosso chefe, o que ele falar, mas acho que, se não passar, ele vai liberar para ir para casa", conta.

O mestre de obras José Rafael, de 65 anos, afirmou ao repórter Rafael Ferraz, da Record TV, que teve dificuldade para pegar ônibus no terminal Guaianases. "A situação está péssima. Estou desde as 5h na rua e não passa ônibus. Demora e os [ônibus] que passam estão lotados. Preciso estar às 7h no trabalho, sempre saio cedo, mas hoje foi pior. A qualidade não melhora, a gente sempre sai no prejuízo."

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Também no terminal Guaianases, a professora Regiane de Oliveira, 44 anos, tentava pegar um ônibus para o Itaim Paulista, na zona leste, para trabalhar. "Eu entro às 7h no Itaim Paulista. Mas não sabia como estaria o ônibus. Pegava uma linha que não apareceu, precisei pegar outro ônibus, mais complicado", diz a professora. "Penso nos meus alunos. Quero chegar para trabalhar, mas o problema é pensar em como vai ser a volta."

Uma passageira que prefere não ser identificada estava parada no terminal Belém, na zona leste. O trajeto começou em Guaianases, no extremo leste. O destino é Santo Amaro, na zona sul. "Lá não teve greve. Agora tô esperando o amarelinho, que tá todo de greve. Se não tiver, a opção é metrô, mas tenho que pagar uma condução a mais e deve estar lotado. Não quero ficar sufocada lá dentro. Vamos esperar, tem que trabalhar", afirma.

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Ainda no Belém, o porteiro Tony Souza não sabia o que fazer para chegar ao trabalho e tentava fugir do metrô para não ter mais gasto. "Tô aqui há um tempão esperando o ônibus para o Parque Dom Pedro e nada. Geralmente ele passa rápido e é muitos ônibus. Eu nem sabia da greve e o que está acontecendo. Tá difícil", relata. 

Plataforma vazia no terminal de ônibus da Barra Funda por volta de 6h da manhã
Plataforma vazia no terminal de ônibus da Barra Funda por volta de 6h da manhã Plataforma vazia no terminal de ônibus da Barra Funda por volta de 6h da manhã

Paralisação

O Sindmotoristas, sindicato que representa motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista, anunciou uma nova greve de ônibus a partir da 0h desta quarta. 

A Prefeitura de São Paulo informou que o rodízio municipal está suspenso. Carros com placas com final 5 e 6 podem circular pelo centro expandido em qualquer horário. As faixas exclusivas e corredores de ônibus ficam liberados para circulação de carros de passeio enquanto durar a greve.

A SPTrans, empresa municipal que administra o serviço de ônibus na cidade, disse lamentar a greve de forma "inoportuna" por parte do Sindicato dos Motoristas, antes mesmo do julgamento do mérito da negociação entre funcionários e o sindicato patronal pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). O Executivo solicitou à Justiça o aumento da multa diária de R$ 50 mil.

Segundo a SPTrans, a paralisação afeta 675 linhas e 6.008 ônibus na capital, que transportariam 1,5 milhão de passageiros no pico da manhã.

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