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Patinetes elétricas são eco-friendly? Estudo dos EUA questiona

Estruturas produzem mais emissão de gás de efeito estufa do que viajar de ônibus, desde que veículo percorra mais do que 11 km com litro de gasolina

São Paulo|Plínio Aguiar, do R7

Patinete elétrica estacionada na avenida Paulista, no centro de São Paulo
Patinete elétrica estacionada na avenida Paulista, no centro de São Paulo Patinete elétrica estacionada na avenida Paulista, no centro de São Paulo

Um estudo elaborado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e publicado pela revista científica Environmental Research Letters, aponta que viajar de patinete elétrica produz mais emissão de gás de efeito estufa por quilômetro do que viajar de bicicleta, a pé ou de ônibus, desde que o veículo percorra mais do que 11 km com um litro de gasolina.

Empresas que alugam patinetes na cidade de Raleigh, na Carolina do Norte, foram analisadas como objeto de estudo pelos pesquisadores Joseph Hollingsworth, Brenna Copeland e Jeremiah Jonhson. Segundo a pesquisa, a vida útil desse modal é de dois anos. No entanto, vandalismo e uso incorreto fazem com as estruturas durem menos, provocando, consequentemente, que as companhias fabriquem mais unidades, a fim de repor as que não podem ser mais utilizadas. No caso dos estabelecimentos norte-americanos, as patinetes são fabricadas na China e transportadas (por avião, barco e caminhão) aos Estados Unidos.

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O desmonte de uma patinete foi realizado a fim de calcular as emissões de gases de efeito estufa — os pesquisadores determinaram que os materiais e a fabricação representavam cerca da metade do impacto que a patinete possui. “Eles afirmam que são ecologicamente corretos e potencialmente livres de carbono”, disse o autor Hollingsworth ao jornal britânico The Guardian. “O que descobrimos é que, embora possam ter zero emissão de tubo de escape, existem definitivamente processo a montante e a jusante que definitivamente não tornam os processos livres de carbono”.

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Os materiais que são utilizados durante a fabricação e os esforços das empresas, no final de cada dia, para recolher as patinetes, carrega-las e devolvê-las as ruas têm impacto significativo nas emissões de gases de efeito estufa. Concluiu-se, então, que as patinetes elétricas poluem mais do que bicicleta, a pé ou ônibus, desde que este veículo percorra mais do que 11 km com um litro de gasolina.

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A título de comparação, um carro modelo Novo Uno, versão Drive, roda 13,2 km com um litro de gasolina, segundo tabela de consumo e eficiência energética de 2019 do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

A pesquisa foi publicada no dia 2 de agosto, neste link.

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Vandalismo

A conta Birdgraveyard, no Instagram, coleta imagens e vídeos de patinetes que são vandalizadas. Cerca de 102 mil pessoas seguem o perfil, que anuncia “se uma patinete morreu, envie-nos fotos ou vídeo para que possamos honrar sua morte”.

Confira: Carro atropela homem em patinete e foge sem prestar socorro em SP

Uma das imagens mostra um homem, próximo à uma prancha, dentro do mar, segurando uma patinete que foi parar ali. Outra, mais vandalizada: um suspeito joga a estrutura no meio de um fogo que atinge um carro – a localização da foto mostra que o episódio ocorreu em Tel Aviv, em Israel. “Descanse em paz”, deseja a conta.

Brasil

“Mais rápido que andar a pé, não polui a cidade”, diz em anúncio uma empresa que aluga patinetes elétricas em São Paulo. “Contribuindo para deixar as cidades mais fluidas e menos poluídas”, garante outro. No Brasil, as patinetes elétricas são ofertadas pelas empresas Ride, Yellow, Scoo e Green. Procuradas pela reportagem, nenhuma se manifestou.

Em post numa rede social, a Grow, que controla a Green e a Yellow, disse, ao completar um ano de operação em terras brasileiras, que foram percorridos 6,9 milhões de quilômetros na cidade de São Paulo – o que, segundo a empresa, é o suficiente para dar 170 voltas na Terra, “deixando de emitir 1.370 toneladas de CO²”. Os cliclistas queimaram, ainda segundo a companhia, cerca de 120 milhões de kcal, ou o equivalente a 188 mil sanduíches de pernil tradicionais do centro da capital paulista.

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