Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Paulo Cupertino deve ser interrogado pela primeira vez hoje na Justiça de São Paulo

O réu, acusado de triplo homicídio e preso em maio, participa de audiência de instrução. Juiz decidirá se caso vai a júri popular

São Paulo|Julia Girão*, do R7

Paulo Cupertino ao ser preso, em maio
Paulo Cupertino ao ser preso, em maio Paulo Cupertino ao ser preso, em maio

O empresário Paulo Matias Cupertino, acusado de matar Rafael Miguel e os pais do ator no dia 9 de junho de 2019, deverá ser interrogado pela primeira vez na Justiça de São Paulo nesta segunda-feira (22), durante audiência de instrução. A audiência ocorrerá em segredo de Justiça mais de dois meses após a prisão do réu.

Segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), nesse tipo de audiência são ouvidas testemunhas e o réu é interrogado. A partes apresentam então suas alegações finais e, dependendo do andamento dos trabalhos, o juiz pode designar audiência em continuação ou decidir se o acusado irá a júri popular ou não. Quem faz a defesa do réu é a Defensoria Pública.

Para Marina Gomes, membro da Comissão da Advocacia Criminal da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo), diante de tudo o que vem sendo apurado e noticiado, a expectativa é que, após a prova de materialidade e indícios de autoria do crime, Cupertino seja submetido ao Tribunal do Júri. 

Leia também

Cupertino está preso preventivamente desde 16 de maio deste ano, quando foi capturado após passar dois anos e 11 meses foragido. Segundo o Ministério Público, Cupertino disparou 13 vezes contra as vítimas porque não aceitava o namoro entre a filha, Isabela Tibcherani, então com 18 anos, e Rafael, de 22. O ator e os pais dele, João Miguel, de 52 anos, e Miriam Miguel, de 50, foram à casa de Cupertino para conversar com ele sobre o relacionamento dos jovens e acabaram mortos. Ao ser preso, Cupertino disse ser inocente.

Publicidade

O Ministério Público acusa o empresário de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem dar possibilidade de defesa às vítimas.

Dois amigos do réu também poderão ser ouvidos na audiência de instrução. Eles são suspeitos de ajudar Cupertino durante a fuga e estão sendo acusados de favorecimento pessoal. Ambos respondem em liberdade.

Publicidade

Caminhos possíveis para o processo

O procedimento do júri é bifásico, composto da formação da culpa e do julgamento propriamente dito, realizado pelos jurados, segundo a advogada Marina Gomes. "A audiência de instrução integra a primeira fase do rito do júri. Esse é justamente o momento de produção de provas, esse é o momento que ele [Cupertino] tem para se defender", explica.

De acordo com o advogado criminalista Luciano Santoro, em audiências de instrução existem quatro caminhos que podem ser seguidos pelo juiz: absolvição do réu; desclassificação do processo, que é quando o juiz decide mandar o caso para outro magistrado; decisão de impronúncia, que equivale a um arquivamento de inquérito policial; e a mais comum e provável de ocorrer no caso, que é a decisão de pronúncia, mandando o réu a júri popular.

Publicidade

“A gente está justamente no momento em que o réu conseguirá apresentar sua defesa e fazer a sua autodefesa, no interrogatório dele. Nesse momento, a defesa analisa também quais provas já valem serem apresentadas e quais provas vale guardar para o Tribunal do Júri”, explica o advogado.

Caso seja tomada a decisão para que o réu vá a júri popular, o tribunal julgará o mérito do caso, ou seja, se Cupertino foi mesmo o autor dos três homicídios ou não. Para isso, sete jurados votam após a defesa do suspeito e o Ministério Público sustentarem suas teses. Depois da decisão final, a defesa e o Ministério Pública podem recorrer. Não existe prazo para que o processo chegue ao fim. No entanto, uma lei estabelece que, no caso de réu preso, há a hipótese de mais urgência, destaca Marina Gomes. 

Sobre o júri popular, Luciano Santoro afirma que os jurados saem da sociedade, portanto “são sete pessoas que estão em constante contato com as notícias. Então, evidentemente, elas acabam formando opinião e juízo de valor também incubados naquilo que viram antes”, finaliza. 

Relembre o caso

Rafael e os pais foram recebidos pela mãe de Isabela e logo depois Cupertino chegou, pediu que eles saíssem e disparou 13 tiros contra a família na porta de casa, segundo a acusação do Ministério Público.

De acordo com a Polícia Técnico-Científica de São Paulo, sete tiros atingiram Rafael: um na cabeça, outro no peito, três nas costas e dois no braço esquerdo. O pai dele foi baleado quatro vezes, no peito e nos braços, e a mãe levou dois tiros, no peito e no ombro.

Após assassinar a família, o homem fugiu. Segundo as investigações da polícia, Cupertino passou por mais de 300 endereços durante os anos de fuga. As pistas sobre o paradeiro dele foram checadas em diversas cidades do interior paulista, outros estados e até no exterior.

Apenas em 16 de maio deste ano, dois anos e 11 meses após cometer o crime, ele foi preso. A filha dele, que sofreu de sentimento de culpa durante todos esses anos, teve uma sensação de alívio e agora pede que a "justiça seja feita".

*Estagiária do R7, sob supervisão de Fabíola Perez e Márcio Pinho

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.