Mudanças no projeto da empresa alteraram finalidade de comercial para industrial
Reprodução / Record TVO desabamento da laje em uma empresa de contêineres em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, é investigado pela Polícia Civil como homicídio culposo — quando não há intenção de matar — e lesão corporal. Nove pessoas morreram e 31 ficaram feridas.
De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), agentes da delegacia de Itapecerica da Serra continuam com as investigações do caso para identificar as causas do acidente.
Na noite de quarta-feira (21), a Secretaria de Estado da Saúde informou que, dos nove pacientes internados no Hospital Geral Pirajussara, seis receberam alta e três seguem internados, todos estáveis.
No Hospital Geral de Itapecerica da Serra, dos sete internados, cinco já receberam alta após avaliação multidisciplinar e dois pacientes passaram por procedimento cirúrgico e estão estáveis.
A Multiteiner, localizada na estrada Ferreira Guedes, abrigava naquele momento um evento para cerca de 70 pessoas. Uma arquibancada montada no mezanino recebeu os visitantes e acabou desabando com o restante da estrutura, quando o evento já estava prestes a terminar. Entre os mortos estão dois homens e sete mulheres.
As alterações feitas no galpão da Multiteiner estavam irregulares. Elas foram realizadas em desacordo com o projeto inicial aprovado. A última vistoria no imóvel havia sido em 2017. Segundo o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Leonel Novais, a empresa foi interditada.
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A Prefeitura de Itapecerica da Serra solicitou à empresa toda a documentação, que será repassada à Secretaria de Negócios Jurídicos.
Um engenheiro da Defesa Civil esteve no local para avaliar o imóvel. Segundo informações preliminares, parte da estrutura cedeu totalmente e a outra ficou dependurada (onde estavam as cadeiras do auditório).
Entre as mudanças feitas no projeto original está a finalidade do imóvel, que passou de comercial a industrial. Para isso, são necessárias licenças de atuação.
Algumas questões ainda precisam ser esclarecidas, como quem autorizou o evento e o número exato de participantes. De acordo com o secretário de Planejamento, faltou também o alvará da prefeitura para a realização da confraternização.
A administração municipal também oficiou a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) em busca de respostas sobre a situação do imóvel e as pendências de regularização no projeto, uma vez que a empresa fica em área de proteção de manancial.