Polícia pede quebra de sigilo bancário e telefônico de envolvidos nas mortes de mãe e filho em SP
Agentes aguardam os laudos de balística e necroscópico para identificar o tiro responsável pelas mortes, o projétil e a arma
São Paulo|Sandra Lacerda, do R7, com informações de Nayara Paiva, da Agência Record
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) solicitou exames periciais e a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos envolvidos nas investigações do caso em que mãe e filho foram assassinados a tiros dentro do carro na noite da última terça-feira (11), na zona leste de São Paulo.
Segundo a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, as investigações mostram, até o momento, que o alvo era Matheus de Souza Lima, de 28 anos. A segunda vítima, Margareth Fátima de Souza, de 52 anos, que estava conduzindo o veículo, apresentava marcas nas mãos, da tentativa de defender a si mesma e o filho.
Os investigadores continuam buscando possíveis suspeitos, ouvindo o depoimento dos familiares e de outras pessoas importantes para o caso.
A equipe está aguardando a chegada dos laudos de balística e necroscópico para identificar qual tiro foi o responsável pelas mortes, o tipo de projétil e a arma.
Investigação inicial
Uma câmera de segurança registrou o momento em que o atirador estaciona uma moto em um lado da rua e caminha até o outro, onde estava o Jeep Renegade ocupado por Margareth e Matheus.
O criminoso se aproxima do veículo e a mulher abaixa o vidro da janela. Logo depois, ele efetua diversos disparos, que atingem mãe e filho.
Ainda segundo Aleixo, o fato de Margareth ter aberto o vidro quando viu a aproximação de alguém sugere que ela conhecia o autor dos tiros.
A delegada falou ainda que a mulher levantou as mãos quando percebeu a arma do suspeito, mas foi atingida por dez disparos. Matheus saiu do carro depois dos primeiros tiros, mas ainda não é possível saber se ele queria se esconder para tentar se proteger ou desarmar o criminoso.
O atirador deu a volta no veículo para encontrar o jovem e disparar novamente quando ele já estava caído.
Segundo Aleixo, as duas vítimas não têm nenhum indício de relação com o mundo criminoso.
Depoimentos
Arthur de Souza Lima, filho de Margareth e irmão de Matheus, contou à Polícia Civil que, por volta das 20h do último domingo (9), o irmão estava em uma adega na praça Sônia Aparecida de Lima, no Jardim Guairaca, na zona leste de São Paulo.
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O jovem conversava com uma mulher, identificada apenas como Tatiane, quando o ex-namorado dela se aproximou e passou a discutir com Matheus por ciúme dela. Arthur afirmou que o homem chegou a dizer em tom de ameaça que seu pai era "irmão de bandido" e que queria "trocar ideia" com ele.
O rapaz deixou o local em seguida porque ficou com medo do que poderia acontecer. Segundo Aleixo, não há nenhum indício de que esse desentendimento tenha relação com o crime da última terça-feira (11), já que foi uma discussão passageira.
Suspeitos
A delegada afirmou que a Polícia Civil procura por câmeras de segurança que tenham registrado o caminho feito pelo atirador e o momento em que ele passou a acompanhar o veículo das vítimas.
Ela explicou também que a principal hipótese investigada é que se trata de uma execução; portanto, é essencial chegar ao criminoso para conseguir identificar quem foi o mandante do crime.
Ainda de acordo com Aleixo, nenhuma possibilidade é descartada, mas ainda é muito cedo para afirmar que a briga entre Matheus e seu ex-sogro Marcelo Camargo, pai de sua ex-namorada Larissa Camargo, tenha alguma relação com o crime.