Policial que agride jovens com barra em Paraisópolis foi afastado, diz PM
Segundo a corporação, o policial foi identificado e já está longe da função. As agressões aconteceram em Paraisópolis, mas no dia 19 de outubro
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7, com informações da Record TV
A Polícia Militar de São Paulo afirmou que o policial que aparece nas imagens agredindo jovens com uma barra enquanto saem de um beco da comunidade já foi identificado e afastado da função. A corporação também confirmou que as agressões ocorreram em Paraisópolis, na zona sul da capital, mas no dia 19 de outubro. As informações são da Record TV.
As gravações mostram que, mesmo sem reagir, as pessoas são atingidas nas mãos, pernas e na barriga, ao passar pelo PM. As imagens foram enviadas por moradores de Paraisópolis.
Leia mais: PMs de ação em Paraisópolis podem voltar às ruas a qualquer momento
No vídeo é possível ver o policial acertando a muleta de um jovem com a barra e outro com uma bebida na mão que é golpeado no copo, jogando todo o conteúdo para o alto. Nas imagens, o PM aparece sorrindo após a ação. Em outro vídeo, disparos são ouvidos na comunidade e uma pessoa grita "vai morrer todo mundo".
As imagens foram encaminhadas para a Polícia Militar. A Corregedoria da PM analisa todas as gravações recebidas após domingo (1º), quando 9 jovens morreram em um tumulto no baile da 17, em Paraisópolis, após a chegada da polícia em uma suposta perseguição a suspeitos de moto.
Leia também: Quem são os 9 jovens que morreram no baile funk em Paraisópolis
O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (2) que "a letalidade não foi provocada pela Polícia Militar e sim por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo o baile funk. É preciso ter muito cuidado para não inverter o processo".
Ele negou que a polícia tenha atirado contra a multidão. "O que houve foi uma medida comandada por dois bandidos, sendo que um deles atirou contra os PMs. Não houve nenhum tiro por parte dos policiais", garantiu Doria.
O governador justificou também que "não houve ação da polícia em invadir a área que o baile funk estava ocorrendo, nem utilização de arma, tanto é fato que o baile continuou até as 10 horas da manhã. Não deveria sequer ter ocorrido porque ele é ilegal e fere a legislação municipal".
Veja também: 'Foi horrível, estavam agredindo sem dó', diz MC sobre Baile da Dz7
Nenhuma das nove vítimas morava em Paraisópolis. Os jovens tinham entre 14 e 23 anos e apenas uma era mulher. As vítimas estudavam e trabalhavam. Os corpos foram velados por familiares nesta segunda-feira (2). O caso é investigado como morte suspeita e lesão corporal. A principal hipótese das mortes é pisoteamento. Os laudos do IML (Instituto Médico Legal) devem sair neste mês.