Prato de comida e abuso: tudo o que se sabe sobre a morte de Kauane
Criança, de seis anos, foi encontrada morta com sinais de estrangulamento e seminua na segunda-feira (22), em Mongaguá, no litoral de São Paulo
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
A menina Kauane Christiny Soares Rodrigues, de seis anos, desapareceu de dentro de casa enquanto dormia, na madrugada de quarta-feira (17), em Mongaguá, cidade a 93 km de São Paulo. Um homem foi preso e confessou o crime. A Polícia Civil continua com a investigação, e laudos preliminares apontam que a criança tenha sido abusada. Veja, a seguir, tudo o que sabe sobre o caso.
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Desaparecimento
O desaparecimento ocorreu na madrugada de quarta-feira (17), e foi notado pela própria mãe, Diana Soares de Lira, de 34 anos. A família havia passado o dia na praia comemorando a despedida de uma tia que ia se mudar no dia seguinte para outra cidade. Durante a madrugada, retornaram à casa onde moravam há pelo menos um mês. Em seguida, a mãe levou as crianças para o quarto.
Por volta das 2h, a mãe vai até o dormitório e não acha Kauane. Ela inicia uma busca pela filha na própria residência, que estava com a porta aberta, mas não a encontra — o imóvel localiza-se na avenida Governador Mario Covas Júnior, no bairro Parque Marinho. A irmã da mulher procura pela criança na rua, mas também não tem sucesso. A Polícia Militar, então, é acionada.
Kauane é tratada como desaparecida e, somente seis dias depois, com a ajuda de cães farejadores, a polícia encontra o seu corpo — a criança estava seminua, em uma vala, numa região de mata próxima à casa onde morava com a mãe e o irmão. A menina tem sinais de estrangulamento.
Prisão
Ainda na segunda-feira (22), a Polícia Civil prendeu um morador de rua que confessou ser o autor da morte da criança. Imagens da câmera de um circuito da Prefeitura de Mongaguá registraram o momento em que o homem leva a criança no colo. O registro ocorreu às 4h41. É possível perceber, no canto superior esquerdo da tela, que o suspeito carrega Kauane em seus braços, em direção à avenida Sorocabana.
De acordo com o delegado do 2° DP, Francisco Venceslau, o morador de rua afirmou que matou a criança por causa de comida. “O suspeito informou que mais cedo (à morte), durante confraternização na casa da vítima, a família de Kauane teria lhe negado um prato de comida”, explicou. “Por isso, ele teria cometido o assassinato.”
A história, o trajeto e as circunstâncias contadas pelo morador de rua fazem sentido e possuem nexo, segundo o delegado. “Vamos, agora, confrontar com provas tudo o que ele tem tido, mas até agora fez sentido. Ele disse o trajeto que fez com a criança, e nós usamos cães farejadores que fizeram o mesmo caminho que ele falou”, disse — ainda segundo Venceslau, a família de Kauane nega qualquer discussão com o morador.
Abuso Sexual
Exames preliminares do IML (Instituto Médico Legal) indicaram lesões nas partes íntimas da menina Kauane. De acordo com a repórter Ingrid Griebel, da Record TV, os policiais já dizem, com base nesses laudos, que a criança sofreu abuso sexual.
Na última quarta-feira (24), a menina foi sepultada em um cemitério do Morumbi, na zona oeste de São Paulo. Familiares de Kauane vieram para a capital paulista e, informou a repórter, não devem retornar à Mongaguá.