Prefeitura da Praia Grande barra a entrada de refugiados afegãos que estavam acampados no aeroporto

A Prefeitura da Praia Grande, no litoral paulista, barrou a entrada, na noite desta sexta-feira (30), dos refugiados afegãos que seriam abrigados na Colônia de Férias do Sindicato dos Químicos. O grupo estava acampado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, e enfrentava um surto de sarna.

O ônibus que levava os refugiados foi parado pela GCM (Guarda Civil Municipal) na rodovia Ancheita, na entrada da cidade, por uma barreira sanitária. A gestão municipal alega que não vai aceitar os afegãos, pois o prédio que iria abrigá-los não possui o AVBC (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e que "prima pela saúde da população de Praia Grande".

O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou, nesta sexta-feira, a transferência temporária de 150 imigrantes, em parceria com o governo de São Paulo e Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), para o litoral. O objetivo da ação emergencial era retirá-los da situação precária em que viviam no aeroporto.

Em nota, a prefeitura afirmou que não vai arcar com as despesas necessárias para acolher os refugiados. Inicialmente, segundo a gestão municipal, o ministério informou que a cidade não teria "ônus" na recepção de cem afegãos pelo período de 30 dias. 

"Inicialmente, sem ônus algum para o município, agora, soltaram uma nota técnica com obrigações da cidade para recepcionar os afegãos com médicos, vacinas, exames laboratoriais, pois as pessoas estão doentes e precisam ficar isoladas. Uma falta de respeito por parte das instâncias superiores com os imigrantes e a população de Praia Grande", diz a nota.

Em contrapartida, o ministério afirmou, por nota, ao R7 que "a vistoria do local já foi providenciada pelo Corpo de Bombeiros. Todas as despesas e os cuidados necessários para o grupo serão custeados pelo governo federal, e a prefeitura de Praia Grande não terá nenhum custo nem responsabilidade com esse acolhimento".