Primeiro bimestre mantém média de 2 mortos por dia pela PM de SP
Dados divulgados no Diário Oficial apontam 112 mortes por PMs em serviço em janeiro e fevereiro. Duas a menos que no mesmo período do ano passado
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
Nos dois primeiros meses deste ano, a Polícia Militar de São Paulo matou 112 pessoas após supostas resistências à abordagem policial em todo o Estado, o que equivale a uma morte a cada 12 horas. Foram apenas dois casos a menos do que os registrados no mesmo período do ano passado.
Os dados foram publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo no último sábado (30), e todos os casos foram registrados como “morte decorrente de oposição à intervenção policial”. O termo passou a ser usado pelos policiais em substituição aos antigos “autos de resistências”, como eram registrados os casos em que o suspeito abordado supostamente reage à ação da polícia.
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Durante os dois primeiros meses da gestão João Doria (PSDB) no Governo do Estado, a PM da capital foi responsável por 22 mortes após supostas resistências. Já na região metropolitana de SP, foram 16 mortos por policiais militares. No ranking de áreas mais letais´, vêm em seguida a Baixada Santista e a região de Piracicaba, com 12 mortes cada.
A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) disse, por meio de nota enviada ao R7, que "a Polícia Militar trabalha de maneira constante para reduzir as ocorrências de Mortes em Decorrência de Intervenção Policial".
Os dados oficiais ainda aponta que em janeiro e fevereiro deste ano 15 pessoas também foram mortas por PMs de folga após supostamente resistirem à abordagem policial — 11 a menos do que o registrado no mesmo período em 2018.
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No início de fevereiro, a Polícia Militar anunciou que todos os policiais envolvidos em casos de morte após suposta resistência seriam “realocados para setores de policiamento com menor potencial de risco até a conclusão das investigações”.
Segundo a SSP-SP, os policiais envolvidos em casos de morte decorrente de intervenção "são afastados da atividade operacional por pelo menos 40 dias e só retornam após avaliação psicológica e do comando".
A pasta afirma que "nos últimos cinco anos, cerca de 60% dos confrontos entre policiais e criminosos ocorreram em ocorrências de roubo, quando os criminosos estavam armados, subjugando e colocando a vida de pessoas em risco".
Segundo a secretaria, todas as mortes decorrentes de intervenção policial são investigadas pelos batalhões do PM responsável pela ação, por meio de Inquérito Policial Militar, pela Corregedoria da PM, e também pela Polícia Civil.
A SSP-SP diz que umas das medidas que adota para reduzir o número de mortos pela PM em supostos confrontos é "o comparecimento das Corregedorias e dos Comandantes da região, além de equipe específica do IML [Instituto Médico Legal] e IC [Instituto de Criminalística]".
"Outra medida importante é o PAAPM (Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar), que oferece suporte ao policial que se envolveu em ocorrências com resultado morte", disse a nota.
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