'Quero a verdadeira versão', diz primo de menino atropelado por PM
Parentes de Leandro, de 5 anos, cobram posicionamento sobre o acidente que provocou a morte do menino e ferimentos na mãe, que segue internada
São Paulo|Cesar Sacheto, do R7
A família do menino Leandro dos Santos, de cinco anos, que morreu após ser atropelado quando voltava para casa junto com a mãe, na rua Bela Vista do Sul, em Aricanduva, na zona leste de São Paulo, acidente ocorrido no último domingo (21), cobra da Polícia Militar um posicionamento sobre o acidente.
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Primo em segundo grau da criança, o comerciante Wesley Santos do Nascimento, de 30 anos, questiona a versão apresentada pelos policiais militares no boletim de ocorrência registrado no 41º DP (Vila Rica), na qual os ocupantes de uma viatura da 1ª Companhia do 19º Batalhão da PM teriam perdido os sentidos após o veículo perder o controle e bater em um poste.
"Como alguém perde os sentidos e pisa nos freios? Tem uns dez metros de queimada de pneus no chão. Quero a verdadeira versão. Não aquela em que eles estavam desacordados, porque é mentira", frisou o comerciante.
O acidente
Thayana dos Santos Silva, de 25 anos, e o filho Leandro foram atingidos por um carro da Polícia Militar que, segundo versão apresentada pelos PM's no boletim de ocorrência, estaria em perseguição a suspeitos de assalto a uma padaria na região. A viatura atingiu a mãe com a criança e, na sequência, bateu contra um poste.
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Vizinhos que presenciaram o acidente auxiliaram no socorro às vítimas e o veículo da PM ficou completamente destruído. Os policiais, a mulher e a criança foram levados para hospitais da região. Thayana segue internada em estado grave no Hospital Santa Marcelina.
Os policiais militares serão afastados de suas funções para receber acompanhamento psicológico e, de acordo com uma nota emitida pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), os agentes "retornarão às atividades operacionais após avaliação dos profissionais responsáveis".
Medo de represálias
Os familiares de Leandro revelaram temor por possíveis represálias de integrantes da PM. Policiais têm circulado pela região, depois do acidente, em uma atitude vista como intimidação pelos parentes do garoto.
Outro lado
Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) afirmou que todas as circunstâncias dos fatos estão sendo apuradas por meio de inquéritos instaurados pela Polícia Militar e também pelo 41° Distrito Policial (Vila Rica), responsável pela área.
De acordo com a SSP-SP, o atropelamento aconteceu quando os PMs acompanhavam três criminosos armados com fuzil e pistolas que haviam acabado de roubar um estabelecimento comercial na rua Miguel Bastos Soares.
Após o acidente, as vítimas foram socorridas ao Hospital Santa Marcelina, mas a criança não resistiu. Os policiais envolvidos receberão acompanhamento psicológico. Eles retornarão às atividades operacionais após avaliação dos profissionais responsáveis.
As autoridades da segurança pública paulista orientam a população que qualquer denúncia de irregularidade sobre a conduta de policiais militares pode ser formalizada junto à Corregedoria da PM para devida apuração.
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