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Suspeito de atirar em PM da Rota em Guarujá seria novo líder do PCC

Erickson David da Silva, de 28 anos, está na facção há sete anos e teve aulas de tiros em uma comunidade na Baixada Santista

São Paulo|Do R7

Erickson foi detido poucos dias após o crime
Erickson foi detido poucos dias após o crime

Uma investigação policial mostra que o suspeito de ter disparado contra o PM da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) seria uma das novas lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) que despontam na Baixada Santista.

Erickson David da Silva, de 28 anos, conhecido como "Deivinho", teve contato com a facção há sete anos e teria recebido lições de tiro em uma das células do grupo criminoso instaladas nos morros existentes na região.

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O promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) Silvio de Cillo Loubeh, que atuou na investigação e repressão aos saques a trens na Baixada Santista, acredita que os traficantes atiraram contra a polícia para proteger o ponto de tráfico.

"Infelizmente, essa é a realidade da Baixada Santista. Nesses lugares a polícia é sempre recebida a tiros." Segundo ele, o atirador fazia parte da chamada "contenção" — grupos de pessoas armadas que protegem o ponto de tráfico.


"Isso acontece em Santos, no Rádio Clube; em Cubatão, na Vila Esperança e na Vila dos Pescadores; em São Vicente, em Fazendinha, Dique do Piçarro, Dique da Caixeta e Sambaiatuba; e em Guarujá, na Vila Zilda. Se a polícia intensificar as operações, vamos ter mais confrontos", afirma Loubeh.

Investigações conduzidas em 2020 pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo) mostraram a ação da facção criminosa PCC na Baixada Santista. Na ocasião, foi verificado que o traficante Frank Cavalcante Nobre, além de exercer a função de "cadastro final" na região do litoral paulista, coordenava o tráfico de rua do PCC no Amazonas. Frank foi preso em agosto daquele ano, em Cubatão, mas outras lideranças ocuparam o posto rapidamente.


Alguns chefes do PCC até são oriundos da Baixada Santista, como é o caso de André Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos criminosos mais procurados do estado. Também está foragido, mas sem abandonar a região, o traficante André Luiz dos Santos, o Keko, uma das pontes do PCC com o tráfico internacional.

Dificuldades enfrentadas

Um policial militar lotado em Guarujá e que falou ao Estadão sob a condição de não ser identificado contou as dificuldades que os policiais de fora, enviados para reforçar o patrulhamento na região, estão enfrentando.

"O pessoal aqui é mais fechado, mais desconfiado e solidário entre eles. Tem morro, mangue, muita 'quebrada'. Quem não conhece fica exposto", disse ele. Segundo o agente, o PM da Rota morto não teve tempo de conhecer a região. "Nesse aspecto, estava vulnerável", afirmou.

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