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Suspeito de lavar dinheiro em 50 clínicas de SP, megatraficante preso ligado ao PCC é 'calmo e inteligente'

Anderson Pereira, conhecido como 'Gordão', tinha minizoológico em Arujá e é apontado como um dos 'cabeças' da facção

São Paulo|Do R7

Homem apontado como megratraficante lavava dinheiro em clínicas odontológicas
Homem apontado como megratraficante lavava dinheiro em clínicas odontológicas

O megatraficante Anderson Lacerda Pereira, preso na noite da segunda-feira (5), aparenta ser um homem calmo, inteligente e bem articulado. Segundo as equipes da polícia que realizaram a prisão do homem, conhecido como "Gordão" e ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), ele é apontado como um dos "cabeças" da organização. Apesar disso, ele negou pertencer à maior facção do país.

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Segundo a polícia, Gordão era uma espécie de financiador do narcotráfico. As investigações, que tiveram início há dois meses, descobriram que ele lavava o dinheiro obtido com a venda de drogas em clínicas odontológicas em nome da mulher. A polícia afirma que o dinheiro do tráfico era lavado em cerca de 50 clínicas espalhadas pela região metropolitana de São Paulo.

O suspeito, de acordo com os investigadores, vive em uma casa de alto padrão, num condomínio fechado, em Arujá. O local teria sido escolhido por ele por proporcionar maior isolamento. Gordão vinha sendo monitorado pela polícia e foi preso enquanto almoçava em Poá, também na região metropolitana de São Paulo. Agora, a polícia deve investigar as pessoas próximas a ele no tráfico de drogas.

Pablo Escobar brasileiro

Gordão movimentava milhões de reais com o tráfico de drogas e armas e se inspirava no traficante colombiano Pablo Escobar. Ele mantinha, em uma propriedade no interior de São Paulo, um minizoológico com cavalos, aves exóticas e até um jacaré em um lago — foram necessários quatro policiais ambientais para retirar o animal do lago.


A polícia chegou a apreender um poema, escrito pelo traficante, em que ele projetava como seria sua vida caso ganhasse a envergadura do ídolo, o traficante Pablo Escobar, morto por agentes em 1993. As investigações da polícia mostram que Gordão, que chegou à delegacia sem algemas, tinha ligação com a máfia italiana e enviava drogas do Brasil para a Europa pelo Porto de Santos.

Gordão, que chegou a ficar escondido na Bolívia depois ter descoberto que era procurado, é suspeito de crimes como tráfico, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro. Antes de ser preso, Gordão foi parar no tribunal do crime do PCC, por causa de um desentendimento com criminosos.


Em uma gravação obtida pela polícia, Gordão diz: “O que eu fiz foi grave?". O interlocutor responde: "Eu não sei". Depois, o preso completa: "Bora para as ideias, a vida é uma só. Eu dou a minha vida se eu errei, truta. Eu dou a minha vida se eu errei, mano. Eu dou a minha vida, mano”.

Gordão foi preso de forma temporária no 8º DP da Mooca, porque havia um mandado de prisão contra ele. No entanto, ele não foi preso em flagrante. Nesta terça-feira (6), será levado para o Fórum Criminal da Barra Funda, onde passará por uma audiência de custódia.

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