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Terapia com cavalos para PcDs vive de doações na periferia de SP

Clínica que ajuda idosos e crianças teve auxílio dos responsáveis dos pacientes durante a pandemia para manter-se aberta

São Paulo|Isabelle Amaral*, do R7

Terapia com cavalos ajuda crianças e idosos com deficiência
Terapia com cavalos ajuda crianças e idosos com deficiência Terapia com cavalos ajuda crianças e idosos com deficiência

O projeto que trata idosos, crianças e adultos com deficiência por meio de uma terapia com cavalos no Jardim Fujihara, na periferia da zona sul de São Paulo, passou por graves problemas financeiros na pandemia e continuou atendendo os pacientes com a ajuda de uma vaquinha online. Atualmente, a clínica conta com cerca de 80 pacientes.

Mais de 200 pessoas com síndrome de Down, autismo, paralisia, síndrome de West e outras condições já receberam os cuidados da iniciativa a preços populares. O projeto, chamado Esperança Equoterapia, foi criado em 2015, a partir da necessidade de atendimento a pacientes que perderam a rotina de tratamento após o fechamento de uma antiga clínica local.

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A psicóloga e idealizadora do projeto, Daniela Gatti, contou ao R7 que a clínica ficou fechada por quase um ano por conta da pandemia, e temeu não retornar as atividades mesmo após a quarentena.

O que sustentou o projeto, de acordo com Gatti, foi a ajuda dos pais que, mesmo não levando os pacientes ajudavam com valores baixos pois sabiam que a clínica pagava aluguel e tinha os cavalos para alimentar. Daniela relata, ainda, que muitos pais só não ajudaram mais porque também foram afetados pela pandemia, já que muitos deles foram demitidos ou tiveram suas empresas fechadas.

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Pacientes ficaram sem o tratamento durante a fase vermelha

Durante a fase vermelha na cidade de São Paulo, a clínica, como não era considerada um serviço essencial, precisou fechar as portas, deixando os pacientes sem atendimento. Esse período, de acordo com a idealizadora do projeto, fez muitos pacientes regredirem.

Em entrevista ao R7, Juliana de Oliveira, mãe do paciente Acauã, relatou que foi nítido as mudanças no comportamento de seu filho quando ele precisou parar com o tratamento. “Ele começou a ficar mais agressivo, ficou com o sono irregular e sem comer direito”.

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Acauã na equoterapia antes da pandemia
Acauã na equoterapia antes da pandemia Acauã na equoterapia antes da pandemia

Além disso, Juliana relata que esse tempo em casa fez muito mal para o filho. De acordo com ela, o Acauã estava mais cansado, irritado e tudo para ele é chato. “Foi uma das maiores dificuldades”, disse.

Acauã tem hemofilia tipo A grave, doença de Von Willebrand e apresenta características muito semelhantes a pacientes com paralisia cerebral, devido a sequelas deixadas por uma cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro.

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Questionada sobre como foi a volta do Acauã para a clínica quando ela foi reaberta, Juliana disse que no início se preocupou, até porque esse tipo de atividade exige muito contato físico. No entanto, ela ressaltou o cuidado que a clínica teve, seguindo todos os protocolos necessários para conter a disseminação da covid-19.

E agora, com o avanço da vacinação na capital, a mãe de Acauã está mais tranquila em levar o filho para realizar as atividades, já que os dois tomaram a vacina e os funcionários da clínica também.

Sobre o tratamento

A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo para tratar a pessoa com algum tipo de deficiência. De acordo com Gatti, A passada do cavalo é 98% semelhante a do ser humano. “Quando colocamos uma criança cadeirante em cima do cavalo, o cérebro dela entende como se ela estivesse andando. Então, o cérebro faz todos os ajustes posturais, age no fortalecimento muscular, em sinapses neurológicas, além de ajudar no processo de ramificações neurais, a partir da movimentação do cóccix e quadris”, relata

O tratamento também traz benefícios psicológicos. “O cadeirante sempre vai ver as coisas de baixo para cima. Quando eu coloco um deles em cima de um cavalo, ele olha todos de cima. Isso fortalece sua autoestima”.

*Estagiária sob supervisão de Ingrid Alfaya

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