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Tragédia em Paraisópolis gera medo e esvazia bailes funk de São Paulo

Pancadões de rua no Grajaú, periferia da capital, sofrem com intervenção policial e esvaziamento após tragédia com nove mortes no Baile da Dz7

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Baile do Porto, no Grajaú (zona sul)
Baile do Porto, no Grajaú (zona sul)

A quase 30 km de Paraisópolis, mas ainda na zona sul de São Paulo, os bailes funk de rua na região do Grajaú também sofreram as conquências da ação da Polícia Militar que deixou nove jovens mortos no Baile da Dz7, em 1º de dezembro.

O Baile do Porto, que costuma acontecer nas madrugadas de sábado e domingo no bairro do Jardim Porto Velho, não foi realizado em nenhum dos dois finais de semana após a tragédia na favela de Paraisópolis.

De acordo com frequentadores, o evento sequer teve início. "Tinha blitz no final de semana retrasado, com vários Rocam na rua do baile, e neste último também não teve", conta um morador da região, se referindo à Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas da PM de São Paulo.

No bairro vizinho Jardim Moraes Prado, no mesmo distrito do Grajaú, o tradicional baile de sábado não aconteceu normalmente no dia 7 (final de semana seguinte aos massacre de Paraisópolis), pois houve intenvenção policial no meio da madrugada, quando os frequentadores já estavam no local.


"A polícia cercou todas as saídas e batiam em quem passava", disse um estudante de 16 anos que estava no baile e pediu para não ter o nome divulgado pela reportagem. "Só não apanhei porque corri".

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No último final de semana, o Baile do Moraes aconteceu e não houve intervenção da PM, mas a festa esteve longe de ser como de costume. "Geralmente lota lá, mas nesse último não foi a mesma quantidade de pessoas. Não sei se foi medo ou algum outro motivo", conta o estudante, que estava no pancadão.


A Polícia Militar também agiu durante a tarde e início da noite na entrada da Favela da ZR, que já recebeu bailes funk. Em março de 2018, o R7 fez reportagem sobre o pancadão na Favela da ZR que terminou com repressão policial. No entanto, o local já não recebe bailes funk, de acordo com moradores.

Depois das mortes no Baile da Dz7, o estudante afirma que o temor em ir ao baile para se divertir aumentou. "Antes já havia o medo, mas agora fico com mais ainda, porque esse acontecido acabou mostrando a insegurança".

O R7 entrou em contato com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) para saber se houve intensificação das ações no Grajaú e pediu números sobre operações contra bailes funk na região. Sem responder aos questionamentos, a Polícia Militar disse, por meio de nota, que realiza Operação Paz e Proteção em todas regiões do Estado.

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