Transportes, construção e fábricas não devem paralisar, diz Doria
A partir de quarta-feira (25), policiais militares e bombeiros terão acesso gratuito ao sistema de transporte, composto por ônibus, trens e metrôs
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira (23), novas medidas para conter a disseminação do novo coronavírus em São Paulo, estado que registra até o momento 631 casos confirmados, 22 mortes e 61 pacientes internados em unidades de terapia intesiva. Doria determinou que os setores de transporte, construção civil e fábricas não devem paralisar as atividades para evitar desabastecimento e serviços essenciais em todos os municípios.
Leia mais: Vacinação contra gripe no Brasil tem drive thru e filas nos postos
Em relação ao setor de transportes, o governador determinou que a partir de quarta-feira (25), policiais militares e bombeiros terão acesso gratuito ao sistema de transportes, que inclui ônibus, trens, metrôs e todos os veículos sobre rodas.
Leia mais: Coronavírus: Prefeitura diz que 90% do comércio de SP fechou as portas
Doria afirmou ainda que as fábricas devem continuar operando e pediu que os gestores sigam as recomendações para adequar os estabelecimentos às condições de funcionamento diante da pandemia. "São Paulo tem mais de 40% da produção industrial do país, por isso as fábricas devem continuar operando. Faço um apelo para os dirigentes dessas fábricas", afirma ele.
Em relação à construção civil, Doria afirmou que o setor também deve continuar operando com os devidos cuidados sanitários para proteger e amparar funcionários. "Não podemos ter um blackout em obras de hospitais, ferrovias, metrô que atendem as necessidades da população e dos municípios."
Leia mais: Bares e restaurantes só poderão funcionar por delivery em SP
Quanto às borracharias e oficinas mecânicas, o governador determinou que devem continuar funcionando uma vez que veículos de transporte, como ambulância e carros de polícia, precisam ter suportes para atender a população.
Doria também pediu que caminhoneiros "não bloqueiem estradas para que o transporte seja realizado normalmente." O governador afirmou que uma vez que São Paulo é o maior centro de abastecimento do país a paralisação causaria significativos prejuízos a todo o país. Doria disse também que o governo suspenderá por 90 dias a pesagem em rodovias estaduais.
Leia mais: Fornecimento de gás não será cortado no estado de SP
Em relação aos postos de combustíveis, ele ressaltou que esses estabelecimentos podem vender produtos elaborados ou não perecíveis, porém não devem funcionar como restaurantes, uma vez que o serviço está proibido. "Só não podem fazer serviços sentados ou em balcões", disse Doria.
O governador disse, ainda no início da coletiva de imprensa, que após uma reunião com 132 empresários foram arrecadados R$ 96 milhões oferecidas por 28 empresas em doações para os setores mais necessitados. "Façam doações, compre cestas básicas e o que puder para contribuir, principalmente de kits de higiene e cestas básicas."
Dois mil testes por dia em SP
A partir desta terça-feira (24), a rede de saúde pública de São Paulo terá capacidade para realizar até 2.000 testes de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, por dia, anunciou o governador João Doria nesta segunda-feira (23).
O estado vai utilizar, além do Instituto Adolfo Lutz (que realiza exames), laboratórios do Instituto Butantan e outros 17 cedidos pela Universidade de São Paulo.
O governador anunciou ainda que, a partir de sexta-feira (27), 900 leitos serão oferecidos à população, mais 700 leitos serão oferecidos no Hospital das Clínicas até 10 de abril e 2.300 leitos de UTI para pessoas em tratamento. O governo anunciou também a criação de uma rede de triagem em cinco centros para atendimento de casos suspeitos. São eles: Instituto Emílio Ribas, Hospital do Mandaqui, Vila Penteado, Ipiranga e Guaianazes.