Vídeo revela farsa de PMs sobre execução de homem em rodovia
Imagens da câmera de segurança obtidas pelo R7 mostram agentes de segurança executando suspeito, na Castelo Branco, na tarde de segunda (31)
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
Imagens da câmera de segurança mostram o momento exato em que dois policiais militares matam a tiros um homem no km 16 da rodovia Castelo Branco, na altura de Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Os dois agentes foram presos na segunda-feira (31) pelos crimes de homicídio qualificado, denunciação caluniosa e fraude processual.
Obtido pela reportagem do R7, o vídeo mostra o soldado Mike Fritz Oliveira Gouveia e o PM Fabio Luciano Silva implantando a arma de fogo na mão do suspeito — justamente o contrário do que disseram durante a realização do boletim de ocorrência. À delegacia, os agentes de segurança informaram que o suspeito disparou contra eles com a própria arma. No entanto, as imagens mostram o contrário: os PMs assassinaram a menos de um metro de distância o homem, com uma arma da Polícia Militar de São Paulo.
Assista ao vídeo:
O caso ocorreu na tarde de segunda-feira, quando os PMs em patrulhamento resolveram abordar um trio na rua Rio de Janeiro. Dois conseguiram fugir e o outro foi pego no km 16 da Castelo Branco. Os agentes disseram que após cruzar a pista local e a expressa, o suspeito pulou o guard rail da pista e virou o corpo em direção aos policiais e, com uma arma calibre .22, efetuou disparos. Em primeiro depoimento, o soldado Mike Fritz Oliveira Gouveia disse que “repeliu a injusta agressão e disparou contra a vítima, que caiu ao solo”.
A versão dada pelos policiais foi desmentida pelo delegado responsável pelo caso. As imagens da rodovia mostram uma versão diferente dos fatos. “Observa-se que um dos PMs está com o indivíduo rendido com a situação controlada”, registrou ele. As imagens também mostram que o suspeito não portava arma de fogo. Segundo a investigação, os policiais implantaram uma arma na mão da vítima.
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O boletim de ocorrência descreve Mike Fritz Oliveira Gouveia como aquele que tinha a finalidade de mata-lo, enquanto que Fabio Luciano Silva induziu ou instigou o colega a praticar a infração penal.
Por enquanto, o delegado pediu a prisão dos PMs e os deixou sob a custódia da Corregedoria da Polícia Militar. Segundo a investigação, “é necessária a custódia a fim de evitar que, se continuaram em serviço nas ruas, cometam novos delitos”.
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Procurada pela reportagem, a Polícia Militar não respondeu, tampouco o 42° batalhão, onde os soldados estão lotados. Por sua vez, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) disse em uma nota de dois únicos parágrafos que a PM acompanha o caso e que “não compactua com desvios de conduta, apurando todas as ocorrências com máximo rigor”.