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Você sabe a diferença entre ciclofaixas, ciclovias e ciclorrotas?

Características de infraestrutura são utilizadas para definir os conceitos do modal, como localização, delimitação do espaço e topologia da região

São Paulo|Cesar Sacheto, do R7

Ciclovias têm características distintas de ciclofaixas e ciclorrotas
Ciclovias têm características distintas de ciclofaixas e ciclorrotas

Muitos paulistanos têm dúvidas sobre a malha cicloviária da cidade. Há características que distinguem o conceito desse tipo de transporte e tais diferenças causam confusão até mesmo entre os usuários. Você é capaz de identificar tais diferenças?

De acordo com as urbanistas Fernanda Sugimoto e Juliana Trento, da empesa TcUrbes, em termos gerais, a infraestrutura é categorizada da seguinte forma: ciclovia (infraestrutura exclusiva e fisicamente segregada), ciclofaixa (infraestrutura exclusiva e sinalizada) e ciclorrota (infraestrutura compartilhada e sinalizada).

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No entanto, há outros aspectos a ser levados em conta quando se analisa o modelo de transporte. Por exemplo, a tipologia cicloviária: o sentido da infraestrutura (unidirecional ou bidirecional); a relação com o fluxo viário (no mesmo sentido dos carros ou em sentido oposto); a localização da infraestrutura na via (no canteiro central, nos bordos, na calçada); o tipo de delimitação (por canteiro, por segregador, por tacha, por sinalização, por guia); o nível do pavimento (no mesmo nível da pista, no mesmo nível da calçada, em nível intermediário).


Segundo as arquitetas, tais elementos impactam de diferentes formas na segurança cicloviária, de acordo com cada contexto e considerando aspectos como volume de veículos, velocidade viária, fluxo de pedestres, bicicletas, relevo, dimensões da infraestrutura, uso do solo e interferências, entre outros.

Desta forma, não é possível dizer que exista uma tipologia ideal, pois, cada situação demanda uma solução diferente. Além disso, para avaliar se uma malha cicloviária é adequada, devem ser levados em conta a segurança, o conforto, acessibilidade, diretividade, coerência, conectividade e a atratividade.


Fernanda Sugimoto e Juliana Trento enfatizam também que todas as vias urbanas são propícias à utilização de bicicletas, mas há detalhes que precisam ser levados em conta pelos ciclistas para evitar acidentes e transitar com mais conforto pela cidade.

Urbanistas explicam diferenças entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas em SP
Urbanistas explicam diferenças entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas em SP

Porém, a ciclorrota deve fazer parte de uma malha cicloviária, conectando dois trechos de infraestrutura, a partir da sinalização adequada e medidas para viabilização do compartilhamento para minimizar impactos sobre estacionamentos, entradas de lotes, cruzamentos, redução de velocidade veicular, etc.


Malha cicloviária

Fernanda Sugimoto destaca ainda que a malha cicloviária de São Paulo foi implantada de uma maneira rápida e extensiva, mas concebida em um momento em que as reações contrárias eram fortes.

"Os usuários de carro não queriam alterações no espaço viário. Desta forma, muitas das infraestruturas não possuem dimensões ou localizações adequadas e a malha apresenta trechos de descontinuidade", frisou a arquiteta.

Para a especialista, a partir da infraestrutura existente e da demanda já consolidada, é possível pensar em projetos articulados "que considerem o desenho de toda a caixa viária, de forma alinhada com os diferentes sistemas de mobilidade que compõem a cidade".

Requalificação lenta

A malha cicloviária paulistana passa por um processo de requalificação e expansão, conforme anunciou o prefeito Bruno Covas (PSDB) quando divulgou o ajuste do Plano de Metas do município para o biênio 2019/2020, em abril deste ano.

No entanto, entidades que reúnem ciclistas e adeptos têm demonstrado insatisfação com o andamento do projeto de mobilidade urbana da atual gestão, conforme revelou Aline Cavalcante, diretora de participação pública da Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo).

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"Eles estão enrolando a gente para divulgar esse plano e também com a execução. Manutenção é importante e a gente tem que comemorar, mas tem várias questões aí. A primeira delas é que nem todas são bem comunicadas. Não tem faixa explicativa, muitas vezes não tem cones segregando o espaço. Então, os motoristas acreditam que estão tirando a ciclofaixa e desrespeitam os ciclistas", questionou a ativista.

Aline Cavalcante entende há falhas por parte da prefeitura paulistana na implementação do projeto de manutenção das ciclovias. "Queremos ver a conexão, o avanço e a consolidação dessa política pública que carece tanto de cuidados. É tudo muito demorado e difícil", completou a diretora da Ciclocidade.

Prefeitura atualiza dados sobre ciclovias

Procurada pela reportagem do R7, a Prefeitura de São Paulo encarregou a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de detalhar os avanços nas obras de requalificação da malha cicloviária da cidade e a construção de novas rota.

Segundo a empresa, as obras de melhorias ocorrem em 76 vias com ciclofaixas. Os serviços, inéditos, compõem o Programa de Metas da Prefeitura que prevê melhorias em 310 km de cicloestruturas na cidade até 2020.

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O texto explica que a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e a Companhia de Engenharia de Tráfego, realiza atualmente requalificação de 25 ciclofaixas da cidade, que correspondem a melhorias em 76 vias, somando mais de 44 quilômetros de estruturas cicloviárias em obras.

Após a conclusão do recapeamento, diz a nota, cada via receberá nova sinalização cicloviária, com pintura em vermelho aplicada apenas na aproximação das travessias para proporcionar maior atenção dos ciclistas aos cruzamentos.

Também serão instalados tachões — espécie de 'tartarugas' — a cada metro com o objetivo de garantir mais segurança aos ciclistas. Há ainda previsão de instalação de guias e sarjetas, conforme constatada a necessidade. Por fim, a CET informa que está instalando faixas de vinil para comunicar a população sobre as obras de requalificação.

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