Capitais de SP e RJ têm transmissão comunitária do coronavírus
Pela classificação do Ministério da Saúde, esta etapa é quando não se torna mais possível rastrear a origem da infecção de um paciente
Saúde|Christina Lemos, da Record TV Brasília, e Fernando Mellis, do R7
As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro já possuem transmissão comunitária de coronavírus, de acordo com o Ministério da Saúde. Nesta fase, não é possível identificar a trajetória de infecção do vírus.
Foram registrados quatro casos, dois em cada cidade, em que não se sabe a origem.
O Ministério da Saúde contabilizava, até a tarde desta sexta-feira (13), 98 casos confirmados de coronavírus em todo o país, sendo 56 no estado de São Paulo e 16 no Rio de Janeiro.
O governo já vinha dizendo que era uma "questão de dias" para que algumas localidades registrassem a transmissão comunitária do novo coronavírus (SARS-CoV2), a exemplo do que ocorre em países como a Itália e Estados Unidos.
"O que muda é que naquelas localidades em que eu tenho transmissão comunitária, eu não preciso ficar monitorando casos leves e moderados, vou trabalhar com casos graves — síndrome respiratória aguda grave", explicou o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson de Oliveira.
Nesta manhã, o secretário fez uma videoconferência para autoridades de saúde dos estados e municípios para apontar medidas não farmacológicas a serem adotadas com o avanço do coronavírus.
Nos locais com transmissão comunitária (sustentada), o governo federal está recomendando medidas como incentivo ao trabalho remoto; horários de trabalho alternativos, para ter menos concentração de pessoas nos centros urbanos; antecipação de férias escolares; e avaliação sobre o cancelamento ou adiamento de eventos que reúnam grande número de pessoas.
"Essas medidas se justificam como recomendações, mas desde que os gestores municipais e estaduais façam a reflexão baseados na sua realidade local, tentando adequar a cada situação", disse Oliveira nesta tarde.
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