O jovem Draven Hatfield, de 19 anos, foi internado com sérios danos pulmonares após usar vape, ou cigarro eletrônico, como também é conhecido, por seis anos — desde os 13 anos.
O que era para ser uma participação em uma "tendência bacana", como classifica, fez com que ele tivesse de enfrentar quatro colapsos pulmonares em quatro meses.
Segundo o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, isso ocorre quando há acúmulo de ar entre a parede torácica e o pulmão, algo desencadeado por uma lesão.
Os principais sintomas são dor no peito e falta de ar. Há também a possibilidade de a pessoa sentir o coração acelerado quando respira mais rapidamente.
Especialistas afirmam que o cigarro eletrônico pode aumentar o risco de desenvolver esse quadro.
Draven, inicialmente, usava o vape apenas nos fins de semana. Porém, o hábito progrediu para algo rotineiro.
"Quando eu comecei, eu normalmente vaporizava apenas nos fins de semana e, eventualmente, eu vaporizava todos os dias, o tempo todo", lembra o jovem.
Ele começou utilizando o vape recarregável (maior e mais potente que os outros). Após três anos, passou a consumir os descartáveis.
"Pelo menos uma vez por dia eu o reabastecia, às vezes uma vez a cada dois dias. Mudei para os vapes descartáveis e provavelmente usei um descartável a cada dois ou três dias", conta Draven.
Sem ter tido contato com os cigarros tradicionais antes do eletrônico, o jovem não desconfiava que, em outubro de 2017 — aos 17 anos —, o seu primeiro colapso pulmonar tinha relação com o produto.
"Eu não tinha ideia do que era ou o que aconteceu, pensei que talvez tivesse puxado algo errado", diz.
Ele sentiu fortes dores no peito e cãibras do lado esquerdo do corpo. No hospital, descobriu que se tratava de um pneumotórax espontâneo — início súbito de um pulmão colapsado.
Draven ficou internado por uma semana conectado a um tubo torácico, para facilitar a expansão do pulmão. Porém, apenas sete dias depois, o pulmão esquerdo colapsou novamente.
Dois meses após se recuperar desses eventos, em dezembro de 2021, ele teve um colapso no pulmão direito enquanto usava o vape. Foi nesse momento que Draven relacionou o produto aos quadros que teve.
"Eu apenas senti um pequeno estalo e, como já havia passado por isso, eu sabia o que era. Eu estava respirando de forma diferente e toda vez que eu engolia sentia um pequeno beliscão no meu lado", relata Hatfield.
Foi então que ele decidiu tentar parar de fumar. No entanto, os problemas de saúde continuaram e, em fevereiro de 2022, enquanto estava na escola, ele teve mais um colapso no pulmão direito.
"No caminho para o hospital, tudo parecia bem, mas, quando cheguei lá, eles tiveram que fazer uma cirurgia em mim [bulectomia, para remover bolsas de ar]", recorda.
E acrescenta: "O especialista disse que se desenvolveram bolhas de ar em meus pulmões e elas estouraram e vazou ar, e isso fazia com que meu pulmão colapsasse".
Para os médicos, era certo que a situação crítica foi causada pelo uso de vape.
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Draven disse ter ficado "chateado" com a situação, já que pensava que usar o vape era melhor do que fumar os cigarros tradicionais.
Hoje, ele conscientiza outros jovens acerca dos perigos de utilizar esses produtos, mas ainda sofre com dores e tem o receio de que os pulmões voltem a colapsar novamente.
"Nunca mais vou tocar em um vape ou fumar", garante Draven.
Para parar de fazer uso do produto, ele usou chiclete de nicotina até conseguir substituí-lo por um chiclete comum.
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