Mayana Zatz vai mapear genes de risco e de resistência para covid-19
Diretora do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano da USP quer identificar mutações do coronavírus para casos graves e assintomáticos
Saúde|Nayara Fernandes, do R7
Entender por que o coronavírus evolui para casos graves em uma parcela da população enquanto outra permanece assintomática é um dos grandes desafios na luta contra a pandemia. Para Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano da USP, a resposta pode estar na genética.
A geneticista, em colaboração com o patologista Paulo Saldiva e demais pesquisadores da Universidade de São Paulo, se uniu a um consórcio internacional para mapear genes de risco e resistência para a covid-19.
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A ideia, segundo a pesquisadora, é coletar amostras de casos graves e assintomáticos pelo Brasil, como nonagenários que tiveram contato com a doença e se recuperaram e pessoas jovens sem comorbidades que evoluíram para casos graves.
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“Se conseguirmos descobrir quais são os genes protetores e os genes de risco para a doença, será possível testar a predisposição das pessoas e isolar os mais vulneráveis enquanto a vacina não vem”, explica Zatz.
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De acordo com a geneticista, o novo coronavírus é um dos vírus de maior variabilidade de resultados em pessoas infectadas. Ela exemplifica a resistência genética em casos de doenças como o HIV e a mutação genética ccr5, que conferia maior resistência ao vírus em uma minoria da população.
“No caso do coronavírus, a maior parte das pessoas possui formas leves e assintomáticas. Apesar de raro, temos relatos de pessoas que tiveram contato direto com infectados e sequer pegaram a doença. A ideia é descobrir o que as torna mais resistentes.”
Estudo de longevidade
Mayana Zatz também é responsável pela condução de pesquisas que destrincham o genoma de nonagenários e centenários a fim de explicar o que os faz resistir ao que chama de “desaforos do ambiente”.
“Com essa base de dados teremos informações suficientes para fazer comparações sobre a longevidade dos idosos no Brasil.”
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