Ministério desmente fake news sobre supostas falhas em ensaios clínicos de vacina da Covid
Pesquisadores e órgãos de saúde mundiais reforçam que imunizantes são seguras e eficazes
Saúde|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

O Ministério da Saúde alertou sobre falsas alegações disseminadas na internet que mencionam supostas falhas nos ensaios clínicos da vacina da Pfizer contra a Covid-19, chegando a afirmar a criação de uma nova doença associada à vacinação, chamada “Doença CoVax” – um termo inexistente na literatura científica.
Segundo a pasta, um vídeo com essas informações já acumula milhares de visualizações e curtidas, promovendo a falsa ideia de que o imunizante “não é seguro nem eficaz”.
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Além do governo brasileiro, órgãos de saúde de todo o mundo, incluindo a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos), também desmentiram essas alegações.
Segundo a pasta, o material alega que a farmacêutica e órgãos reguladores tinham conhecimento de supostos riscos da vacina e o grupo placebo dos ensaios clínicos foi eliminado de maneira irregular. Também há declarações “alarmistas sobre eventos adversos, como miocardite e infertilidade, sem respaldo em estudos sérios”.
“A disseminação de Fake News sobre vacinas compromete a adesão à imunização e expõe a população a riscos desnecessários. A hesitação vacinal já resultou na queda das coberturas vacinais e no retorno de doenças eliminadas, como o sarampo em algumas regiões. Especialistas alertam que combater a desinformação é fundamental para proteger a saúde coletiva”, afirmou o ministério.
Evidências científicas
‘A Pfizer sabia que sua vacina não era segura nem eficaz’ – Falso
A vacina da Pfizer passou por todas as etapas exigidas para aprovação. Somente na terceira fase, os estudos foram conduzidos com mais de 43 mil participantes e demonstraram alta eficácia na prevenção de casos graves da doença.
‘O grupo placebo foi eliminado para esconder efeitos adversos’ – Falso
Quando um ensaio clínico comprova que uma vacina é altamente eficaz, torna-se antiético manter voluntários sem acesso ao imunizante. A descontinuação do grupo placebo segue diretrizes éticas e científicas reconhecidas internacionalmente.
‘As vacinas causam danos irreversíveis ao organismo’ – Falso
Estudos publicados por órgãos reguladores e instituições de pesquisa demonstram que as vacinas não afetam o DNA, não causam infertilidade e não provocam danos generalizados ao corpo humano.
‘A miocardite induzida pela vacina é grave e comum’ – Falso
A miocardite pós-vacinação é extremamente rara e, quando ocorre, tende a ser leve e de rápida recuperação. Em contrapartida, a Covid-19 aumenta significativamente o risco de complicações cardíacas graves, incluindo miocardite severa. Portanto, a vacinação reduz esse risco.
‘A vacina criou uma nova doença chamada ‘Doença CoVax’' – Falso
Esse termo não existe em nenhuma publicação científica revisada por pares. Nenhuma agência reguladora ou instituição de pesquisa reconhece essa suposta condição. Trata-se de uma narrativa infundada para desestimular a vacinação.