Ministério lança campanha para estimular vacinação contra HPV
Vacina tem baixa adesão, embora pequisa indique que 54% dos jovens entre 16 e 25 anos foram infectados pela doença; meta é vacinar 10 milhões
Saúde|Deborah Giannini, do R7
O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (13) campanha de vacinação contra HPV e meningite C voltada a adolescentes. O objetivo do governo é ampliar especialmente a cobertura de vacinação contra HPV, atingindo 10 milhões de adolescentes.
A vacinação contra HPV é direcionada a meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos. Já a campanha contra meningite C abrange meninas entre 12 e 13 anos e meninos entre 11 e 14 anos. Segundo o ministério, a meningite C é a forma da doença mais prevalente entre as meningites bacterianas.
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Cerca de 54,6% de jovens brasileiros entre 16 e 25 anos tiveram infecção pelo HPV. Entre eles, 38,4 % apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer, de acordo com o POP-Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde em dezembro do ano passado.
A vacinação contra o HPV tem apresentado baixa adesão.
Segundo dados do governo, de 2014 a 2017, 72% das meninas de 9 a 14 anos foram vacinadas, porém somente 45% receberam a segunda dose. Já entre os meninos, apenas 16% tomaram a primeira dose.
A vacina de HPV é administrada em duas doses com intervalo de seis meses. O HPV, transmitido via sexual, é precursor do câncer de colo de útero, pênis, boca e garganta.
No ano passado, devido a um grande número de vacinas em estoque a vencer, o Ministério da Saúde ampliou a campanha de vacinação contra HPV para mulheres e homens de 15 a 26 anos. Neste ano, segundo o governo, isso não está previsto.
As vacinas contra HPV e meningite C também são oferecidas fora da campanha, ao longo do ano, gratuitamente em unidades de saúde para o público-alvo.
Saiba mais: Câncer de colo de útero é causado principalmente por HPV
O governo ressaltou a importância da adesão das escolas da rede pública na campanha de vacinação. A participação das escolas na campanha de vacinação depende, segundo o Ministério da Saúde, do gestor da secretaria de Saúde e de Educação de cada cidade.
Na entrevista à imprensa realizada nesta segunda, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ainda falou sobre a febre amarela. Segundo ele, ainda não há previsão de vacinação contra a doença para toda a população do país. “Estamos trabalhando nisso, são muitos atores e queremos todos confortáveis na decisão”.