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Suécia confirma o primeiro caso de variante mais perigosa do mpox fora da África

Paciente havia viajado recentemente à África e procurou atendimento médico em Estocolmo, informou agência sanitária

Mpox|Do R7

Vírus monkeypox causou o primeiro surto fora da África em 2003, nos Estados Unidos
Mpox voltou a ser uma emergência global de saúde Reprodução/NIH

A Agência de Saúde Pública da Suécia informou nesta quinta-feira (15) ter identificado o primeiro caso fora da África de infecção por uma variante considerada mais perigosa do vírus causador da mpox (anteriormente chamada de varíola do macaco).

A pessoa havia viajado para a África recentemente e procurou atendimento médico na região de Estocolmo, capital da Suécia, após apresentar sintomas da doença.

A República Democrática do Congo vive um surto causado por uma variante do clado 1 do vírus, tida como mais perigosa por especialistas. Foram registrados casos em países vizinhos, como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.

O surto global de mpox em 2022 foi causado pelo vírus do clado 2b, que é associado a quadros menos graves.


“O clado 1 causa a mesma doença que o clado 2b, a variante encontrada anteriormente na Suécia, mas provavelmente está associado a um risco maior de um curso mais grave da doença e maior mortalidade. O surto global anterior do clado 2b foi disseminado principalmente por contato sexual, enquanto o clado 1 é mais comumente disseminado por outras vias de contato, principalmente contatos próximos dentro do domicílio e, frequentemente, para crianças”, explica a Agência de Saúde Pública da Suécia.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), por outro lado, afirmou que a nova cepa do vírus surgiu no ano passado na República Democrática do Congo e “parece estar se espalhando principalmente por meio de redes sexuais”, repetindo, portanto o que foi observado em um passado recente.


O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, na quarta-feira (14), que o surto de mpox na África é uma emergência de saúde pública de importância internacional, o nível mais alto de alerta da agência.

“No ano passado, os casos relatados aumentaram significativamente, e o número de casos relatados até agora neste ano já excedeu o total do ano passado, com mais de 15.600 casos e 537 mortes”, informa a OMS sobre a situação no Congo.


O cenário naquela região pode ser ainda pior, salientam especialistas, que avaliam que uma grande proporção de casos com sintomas de mpox não foram submetidos a testes.

O que é a mpox

A mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus de mesmo nome, pertencente à família do vírus da varíola humana. É transmitida principalmente por contato direto com lesões na pele, fluidos corporais, ou objetos contaminados, como roupas de cama. A transmissão também pode ocorrer por meio de gotículas respiratórias durante contato prolongado face a face.

Embora inicialmente descoberta em macacos, a mpox é mais frequentemente transmitida a partir de roedores selvagens para humanos, especialmente em áreas rurais da África central e ocidental.

Em 2022, pela primeira vez desde que o vírus foi identificado, houve um surto global de mpox, afetando principalmente países da Europa e Américas. O Brasil chegou a ser o segundo local com o maior número de casos.

Os sintomas da mpox incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, linfonodos inchados e uma erupção cutânea característica que evolui para lesões semelhantes a pústulas.

A maioria dos casos são leves, mas complicações podem ocorrer, especialmente em pessoas imunocomprometidas. O tratamento é principalmente sintomático, focando no alívio dos sintomas e prevenção de complicações.

Há uma vacina disponível, a Jynneos, que pode ser aplicada inclusive após a exposição, antes do desenvolvimento dos sintomas. A disponibilidade mundial do imunizante, porém, ainda é limitada.

Mpox no Brasil

O Ministério da Saúde contabilizou 709 casos de mpox neste ano, dos quais pelo menos 315 foram registrados em São Paulo, estado que viu crescer em 258% o número de infectados entre janeiro e julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023.

Diante da emergência global, o ministério criou um comitê de monitoramento do cenário epidemiológico. A ministra Nísia Trindade afirmou que “não há motivo de alarme, mas de alerta”.

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