São Paulo tem cerca de 10% dos pacientes com covid-19 em UTI
Estado é o que mais registra pessoas com diagnóstico de infecção por coronavírus confirmado; até segunda-feira, eram 745
Saúde|Fernando Mellis, do R7
O secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, afirmou nesta terça-feira (24) que 70 pacientes com covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) estão em UTI. Isto representa 9,4% das 745 pessoas com diagnóstico confirmado até a tarde de ontem.
O patamar de casos considerados graves, que requerem terapia intensiva, está dentro do que se observa ao redor do mundo (de 10% a 15%).
São Paulo é o estado com maior número de pessoas com diagnóstico de covid-19 confirmado.
Em todo o país, são 1.891. Os óbitos chegaram a 34, sendo 30 em São Paulo. Nas 24 horas, entre domingo e segunda-feira (23), SP registrou oito mortes por coronavírus, incluindo a de um homem de 33 anos com problemas de saúde anteriores.
Os demais óbitos que constam no boletim mais recente do estado são de pessoas com idades entre 68 e 88 anos.
Estrutura
Estão sendo montados dois hospitais de campanha na capital, um no estádio do Pacaembu, com 200 leitos, e outros no centro de convenções do Anhembi, com capacidade para receber até 1.800 pacientes. Estes locais vão ser destinados a casos de menor gravidade, mas que requerem observação médica.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP vai ter disponíveis, a partir de sexta-feira (27), 900 leitos exclusivos para internações por covid-19.
“O maior complexo hospitalar da América Latina abre 900 leitos para tratar pacientes de coronavírus a partir de sexta. Já temos 200 leitos em UTI prontos e mais 700 leitos estarão disponíveis até 10 de abril”, afirmou o governador João Doria, na segunda-feira.
No entanto, a recomendação do governo é para que as pessoas com sintomas gripais e febre procurem primeiro as unidades básicas de saúde próximas de suas casas. Em caso de necessidade elas serão encaminhadas para o Hospital das Clínicas.
Para testar o maior número possível de casos suspeitos, o estado conseguiu, junto ao Instituto Butantan e à Universidade de São Paulo, montar uma estrutura laboratorial capaz de realizar até 2.000 exames por dia.
Na capital, foi criada uma rede com cinco centros de triagem para coronavírus: no Instituto Emílio Ribas, no Complexo Hospitalar do Mandaqui, no Hospital Geral de Vila Penteado, no Hospital Ipiranga e no Hospital Geral de Guaianazes.
Quarentena
Começou a valer hoje para todos os municípios paulistas a quarentena determinada pelo governo para conter o avanço do coronavírus.
Até 7 de abril, só podem funcionar estabelecimentos considerados de serviços essenciais, como supermercados, farmácias e hospitais. O transporte público e intermunicipal está mantido.
A capital paulista amanheceu com ruas vazias, lojas fechadas e poucas pessoas nos ônibus, metrô e trens urbanos.
A médica Helena Sato, que substitui David Uip na coordenação do comitê criado pelo governador para conter o avanço da pandemia, falou hoje sobre a necessidade de as pessoas ficarem em casa.
"Enquanto essa vacina não vem, temos sim que tomar medidas drásticas. Contra o coronavírus não há meias palavras. [...] As pessoas não entendem a importância de ficar em casa".
Uip foi diagnosticado na segunda-feira com o novo coronavírus, após apresentar febre baixa e tosse, e permanece em isolamento domiciliar. Doria, o prefeito da capital, Bruno Covas, e Germann fizeram testes também e os resultados foram negativos.