Logo R7.com
RecordPlus

Solidão causa quase 1 milhão de mortes por ano, diz OMS

Relatório estima que uma em cada seis pessoas no mundo sofre com o problema, que aumenta o risco de doenças crônicas

Saúde|Gabriela Cupani, da Agência Einstein

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A solidão causa quase 1 milhão de mortes por ano, segundo a OMS.
  • Aproximadamente 1 em cada 6 pessoas no mundo sofre de solidão, influenciada por diversos fatores sociais e de saúde.
  • Estudos mostram que viver sozinho aumenta o risco de doenças crônicas, como depressão e problemas cardiovasculares.
  • A OMS ressalta a importância de criar políticas públicas para fortalecer conexões sociais e melhorar a saúde da população.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Solidão e isolamento estão associados a cerca de 100 mortes por hora, diz OMS Marcelo Camargo/Agência Brasil/Via Correio do Povo - 01.07.2025

A solidão causa quase 1 milhão de mortes por ano, ou cerca de 100 por hora, mostra um relatório recente da OMS (Organização Mundial da Saúde). O documento ressalta o impacto das conexões sociais na saúde, bem como seus desfechos em diferentes contextos.

Segundo a OMS, o objetivo do documento é chamar a atenção para o problema e a necessidade de os países implementarem medidas a respeito.


Atualmente, estima-se que a solidão afete uma em cada seis pessoas no mundo – seja porque moram sozinhas, seja em função de problemas de saúde, de falta de estrutura e até de acesso a tecnologias.

O relatório ainda diferencia solidão de isolamento social: a primeira diz respeito a um sentimento, ou seja, o sofrimento pela falta das conexões sociais; já o isolamento é a falta dessas conexões no dia a dia.


Conforme a OMS, não se trata de um problema só da velhice — estima-se que 21% dos adolescentes entre 13 e 17 anos e 17,4% dos jovens na faixa dos 18 aos 29 anos se sentem solitários. O fenômeno também é maior nos países pobres, onde afeta uma em cada quatro pessoas.

Grupos de minoria, como pessoas com deficiência, migrantes ou população LGBTQIA +, enfrentam ainda mais barreiras à socialização.


Estudos mostram que viver sozinho está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares, problemas como depressão e ansiedade, bem como de declínio cognitivo.

“Há várias evidências robustas que avaliam esse tema e mostram que relacionamentos sociais influenciam a mortalidade de forma comparável a fatores de risco bem estabelecidos, como o cigarro”, diz o psiquiatra Luiz Zoldan, gerente médico do Espaço Einstein de Saúde Mental e Bem-Estar do Einstein Hospital Israelita.


“Estudos mostram que pessoas com bons vínculos têm 50% mais chance de sobreviver em comparação com isoladas, por exemplo.” complementa a doutora.

Isso acontece porque a solidão impacta a saúde de várias formas. Ela pode disparar uma resposta de estresse que afeta diferentes sistemas — como endócrino, imune e cardiovascular —, provocando alterações hormonais e inflamatórias associadas a diversas doenças crônicas.

Além disso, o isolamento aumenta o risco de comportamentos pouco saudáveis, como fumar, beber álcool em excesso, ser sedentário e aderir menos a tratamentos de saúde. As conexões sociais também facilitam resolver os problemas do dia a dia, trazem mais motivação e bem-estar.

Para a OMS, investir em conexões sociais fortalece o tecido social e tem impacto direto nas comunidades.

“Não é só um bem emocional, mas uma questão de saúde pública. É um tema preponderante que precisa ser tratado com políticas públicas eficazes”, afirma Zoldan.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.