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SP ainda não chegou ao extremo do isolamento, diz secretário da Saúde

Todos os 645 municípios paulistas estão com comércio e serviços não essenciais fechados desde terça-feira, por determinação do governo estadual

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Funcionam apenas comércio e serviços não essenciais
Funcionam apenas comércio e serviços não essenciais

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, afirmou nesta quinta-feira (26) que as medidas de distanciamento social determinadas até o dia 7 de abril no estado para evitar o avanço do coronavírus estão na primeira fase dentro de uma escala.

"Neste sentido, existe uma gradação. O que estamos fazendo não é isolamento, é o distanciamento social. O próximo passo, se houver necessidade, seria um isolamento domiciliar. E se houver necessidade ainda de apertar mais esse cinto, aí seria o lockdown [medidas de bloqueio], e a característica é o uso da força policial para manter as pessoas em casa."

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O secretário ressaltou que não há como saber se o estado terá que adotar um lockdown, mas ressaltou a importância de pessoas de grupos de risco (idosos, doentes crônicos e indivíduos imunossuprimidos) permanecerem dentro de casa.


"Não estamos nesta situação ainda, não sei se estaremos, mas se nós mantivermos os idosos em casa, tal qual lockdown, teremos um comportamento da crise que nos favoreça para não colapsar o sistema de saúde."

Estado com maior número de casos e óbitos

O estado de São Paulo é o mais atingido pela covid-19, com 862 casos confirmados e 48 mortes, até a tarde de ontem.


Germann pontuou que, no início da epidemia no Brasil - o primeiro caso foi registrado há exatamente um mês - estado de São Paulo representava 90% de todos os casos no Brasil: hoje são cerca de 30%. 

Por outro lado, 48 das 57 mortes por covid-19 até ontem ocorreram em São Paulo. 


"Agora nós somos 30% dos casos no Brasil, o que significa que existe uma expansão da epidemia de forma acelerada. Tivemos no Brasil, 57 óbitos, infelizmente, e no estado de São Paulo, 48. Tivemos um acréscimo de 20% no número de óbitos [em 24 horas]", afirmou o secretário.

Também houve aumento de 42% do número de pacientes com covid-19 internados em unidades de terapia intensiva, o que ele classificou como algo esperado. 

"Isso é mais ou menos característico da epidemia, ela tem dias de mais acréscimo e dias de menos acréscimo, mas ela vem crescendo, o que mostra, talvez, neste cenário que nós estamos vendo hoje é que as medidas de restrição de mobilidade estão colaborando para que a gente tenha 862 casos."

Estrutura

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, entra em funcionamento amanhã uma ala exclusiva para atender até 900 pacientes com covid-19.

Outras estruturas, de baixa e média complexidades, estão sendo montadas. Dois hospitais de campanha, um no Pacaembu (com 200 leitos) e outro no centro de convenções do Anhembi (com 1.800 leitos), devem ser entregues nas próximas semanas. Serão locais de triagem e observação.

Foi criada uma rede com cinco centros de triagem para coronavírus na capital: no Instituto Emílio Ribas, no Complexo Hospitalar do Mandaqui, no Hospital Geral de Vila Penteado, no Hospital Ipiranga e no Hospital Geral de Guaianazes.

Com a ampliação da capacidade laboratorial, a rede pública paulista vai conseguir fazer até 2.000 testes de covid-19 por dia, segundo recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) para testar o maior número possível de pessoas com sintomas da doença

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