Transplante capilar de Paulo Vilhena é diferente de implante. Entenda
No transplante, fios são da própria pessoa e crescem, já no implante, eles são artificiais; trata-se da segunda tentativa de transplante do ator de 40 anos
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*
No último domingo (2), o ator Paulo Vilhena, 40, afirmou em seu Instagram que fez um novo transplante capilar. Na declaração, Vilhena afirmou que fez outras tentativas de transplante anteriormente, mas sem resultados satisfatórios. Agora, o ator pretende mostrar a evolução do tratamento e brincou com os seguidores, afirmando que logo aparecerá com uma franja.
O tricologista João Gabriel Nunes, da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), explica que o transplante de cabelo é diferente do implante. "No transplante, são usados fios naturais da própria pessoa, podendo ser da cabeça, de uma parte que ainda tenha cabelo e, em casos extremos, podem ser utilizados fios da barba, tórax, pelos pubianos e da panturrilha, enquanto no implante são usados fios artificiais", explica.
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Nunes afirma que existem dois tipos de transplantes capilares, o FUT, que consiste na realização de um corte na nuca, de orelha a orelha, retirando cerca de 2 cm de largura de pele e recolhendo os fios da região para serem implantados.
Segundo o médico, esse método já foi utilizado por Vilhena, mas não trouxe o resultado esperado pelo ator, além de costumar deixar uma grande cicatriz na área suturada.
Já o transplante FUE, que retira fio a fio, puxa também a raíz capilar e os coloca um a um na área que será submetida ao transplante, deixando microcicatrizes, que são imperceptíveis.
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"O transplante não tem chance de rejeição porque são fios do próprio corpo da pessoa. No implante, por não ser natural e não ser originário do organismo, as chances de os fios serem rejeitados são maiores, o que causaria feridas e traumas no locais. Além disso, por não ter a raíz do cabelo, ele não cresce, o que não ocorre no transplante, que tende a ser definitivo", afirma o tricologista.
Nunes afirma que, após o transplante capilar, cerca de 30 dias depois da realização da cirurgia, o cabelo cai todo. Três meses depois do transplante, começam a nascer alguns fios, e aos quatro meses cerca de 30% do cabelo já está crescido. Aos seis meses, 80% dos fios já estarão crescidos e, ao completar um ano do transplante, o crescimento capilar deve estar em torno de 100%.
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O tricologista afirma que o transplante capilar pode ser indicado a partir do momento que a calvície começa a incomodar o homem. "Porém, eu não indico para pessoas novas, aos 20 anos, porque ainda é o início da calvície. Para essas pessoas, é preferível tentar outros tratamentos", alega Nunes.
A calvície é caracterizada pela perda de cabelos e pode ser de origem genética, não sendo possível prevenir a queda dos fios. Também pode ser originada por estresse e deficiências nutricionais. A perda desses fios pode ser por rarefação, ou seja, com o afinamento e perda capilar, mas que deixa ainga alguns fios no local, ou completa, deixando a área afetada totalmente lisa.
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A calvície também pode estar ligada a altos níveis de testosterona, que se convertem no hormônio DHT, deixando os fios mais finos e provocando sua queda.
De acordo com Nunes, o uso do medicamente finasterida, usado para o tratamento de câncer de próstata, ajuda a evitar a queda de cabelos. Porém, o uso desse remédio pode causar impotência sexual e infertilidade e, com a interrupção do medicamento, os fios voltam a cair.
Em casos de alopecia universal, ou seja, quando a pessoa fica totalmente careca, o transplante geralmente não é possível. "As opções são pelos de barba, tórax, mas não fica muito legal e, provavelmente, o paciente não ficará contente com o resultado", afirma o médico.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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