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Tecnologia e Ciência

Confira dicas de segurança para se proteger de stalking virtual, um crime que continua a crescer

Para evitar perseguidores, bloqueie o acesso público a seus perfis de redes sociais e fique atento ao uso de aplicativos de mensagens

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7

É possível dificultar a vida dos stalkers online
É possível dificultar a vida dos stalkers online

Em março, a lei brasileira contra o "stalking" completou dois anos, e os registros de crimes do tipo — também conhecidos como "perseguição obsessiva" — continuam a crescer. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), só no estado foram registradas 20.537 ocorrências desse tipo desde que a lei foi aprovada.

E os registros não param de crescer: no primeiro trimestre de 2023, as ocorrências de stalking subiram 8,43% no estado.

Os registros mostraram também que as mulheres são as principais vítimas desse tipo de crime: no Distrito Federal, elas representam 80% das ocorrências, perseguidas principalmente por ex-maridos e ex-namorados.

O ato é definido como a perseguição praticada por meios físicos ou virtuais que interfere na liberdade e na privacidade da vítima. A pena prevista é de reclusão de seis meses a dois anos, além de multa. A pena é dobrada caso o crime seja cometido contra criança, adolescente ou idoso.


No ambiente online, às vezes é difícil perceber um possível perseguidor em ação, portanto é importante seguir algumas dicas para dificultar ou até impedir a ação de um stalker virtual.

Uma pesquisa da empresa de segurança digital Kaspersky revelou que o Brasil, em 2022, foi o segundo país do mundo com mais vítimas de programas que facilitam o stalking, com 4.969 casos registrados — quase três vezes mais que a Índia, terceira colocada, com 1.807.


Redes sociais

Dê uma boa olhada nas permissões de privacidade de suas redes sociais, principalmente Facebook e Instagram. A grande maioria dos casos de stalking online começa por elas.

As redes sociais atuais permitem que você limite quem pode ver suas postagens e atualizações. No Instagram, por exemplo, acesse a aba "Accounts", nas seções "Quem pode ver seu conteúdo" e "Como outros podem interagir com você".


Lá, é possível bloquear contas suspeitas e revisar todas as atividades. Uma boa opção é tornar a conta privada também: assim, só amigos podem ver postagens, e pedidos de amizades devem ser aceitos previamente.

Também evite a todo custo divulgar informações sensíveis, como local de trabalho, endereço residencial ou número de telefone em redes sociais, mesmo em perfis privados, indica a ONG SaferNet.

WhatsApp

Perseguidores também podem tentar acessar o celular da vítima indevidamente e infectá-lo com algum tipo de software ilegal.

É importante acessar as configurações e ficar atento ao tempo de uso, à quantidade de dados usados e ao histórico de navegação do aplicativo. O R7publicou um guia completo para saber se alguém está bisbilhotando suas conversas no aplicativo.

Também é indicado limitar as informações que estranhos acessam em seu perfil no mensageiro instantâneo. Em Configurações > Privacidade, é possível impedir que pessoas que não estão registradas como contatos vejam sua foto de perfil e status.

A medida é uma forma de evitar que parte dos seus dados seja acessada por perseguidores sem seu conhecimento. Bloqueie também contas que iniciam conversas incômodas não solicitadas, uma vez que interagir com perseguidores pode incentivar a continuidade do comportamento.

Proteja seus dispositivos

É bastante importante proteger seus dispositivos de invasões. Evite acessar redes wi-fi públicas, uma vez que invasores podem interceptar mensagens, dependendo da configuração do sinal.

Da mesma forma, evite recarregar seus dispositivos em entradas USB de locais públicos, como aeroportos e áreas de espera. Entradas físicas podem ser usadas por criminosos e perseguidores para instalar malwares e outros softwares espiões.

Fique atento aos sinais de invasão, como luzes de câmeras que acendem sem uso aparente e excesso de banda de internet usada.

Se você suspeitar que algum dispositivo seu tenha sido comprometido, a Kaspersky recomenda que um especialista de sua confiança seja chamado para avaliar a situação.

Também troque todas as senhas e desconecte os dispositivos de seus perfis online — no WhatsApp, é possível revisar os dispositivos nas três bolinhas do canto direito, na seção "Aparelhos conectados". Também registre o caso em uma delegacia de polícia.

LEIA ABAIXO: Saiba como proteger seu WhatsApp de ser espionado por outras pessoas

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