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Tecnologia e Ciência

Estudo revela novos detalhes sobre "bússola interna" dos morcegos

Morcegos utilizam principalmente sentidos mais complexos, como a visão ou a ecolocalização

Tecnologia e Ciência|Do R7

O sistema dos morcegos tem capacidade para trabalhar em três dimensões e permite que eles consigam se orientar em ambientes complexos
O sistema dos morcegos tem capacidade para trabalhar em três dimensões e permite que eles consigam se orientar em ambientes complexos

Um estudo publicado pela revista "Nature" revelou novos detalhes sobre o funcionamento do sistema de orientação do cérebro dos morcegos, uma "bússola interna" similar à utilizada pelo resto dos mamíferos, incluindo os seres humanos.

O sistema dos morcegos tem capacidade para trabalhar em três dimensões e permite que eles consigam se orientar em ambientes complexos, assim como perceber se estão em posição vertical de cabeça para cima ou para baixo.

"A importância deste estudo é que muitos mamíferos necessitam deste mesmo sistema em três dimensões para se movimentarem por ambientes complexos.Os macacos, ao se pendurarem das árvores, e os seres humanos, para ficarem no metrô ou pilotar um avião", explicou à Agência Efe Arseny Finkelstein, pesquisador do Instituto Weizmann de Ciência da cidade de Rehovot, em Israel.

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Enquanto alguns animais, como os roedores, se orientam com base em estímulos simples, que não necessitam interpretação, como o olfato ou o tato, os morcegos e humanos utilizam principalmente sentidos mais complexos, como a visão ou a ecolocalização - no caso dos morcegos -, que necessitam uma maior elaboração. Segundo Finkelstein, "isto significa que o sistema de orientação dos morcegos é muito parecido com o que é utilizado pelos seres humanos".

"Uma das razões mais comuns de acidentes aéreos é a vertigem, quando o piloto perde o sentido de direção e não sabe diferenciar entre em cima e baixo", detalhou o pesquisador. Finkelstein explicou que isso "pode ser causado em parte por uma falha na bússola interna em três dimensões, por isso que, no futuro, este estudo pode ser importante para o desenvolvimento dos protocolos de prevenção dos acidentes aéreos".


O próximo passo do estudo será entender os erros que ocorrem neste sistema, por exemplo, quando uma pessoa sai de uma estação de metrô com grande circulação e perde temporariamente o sentido de orientação. "Sentimos essa desorientação até que nosso mapa mental gire e volte a se alinhar, fazendo com que recuperemos o sentido de onde estamos", relata a pesquisa.

Para realizar o estudo, os cientistas desenvolveram um aparelho para fazer o acompanhamento em vídeo dos três ângulos de rotação da cabeça dos morcegos. Também foi utilizado um dispositivo de gravação neural sem fio, que pesa poucos gramas e se conecta ao animal antes de começar o experimento, o que permite a monitoração da atividade cerebral enquanto voa.

A combinação do dispositivo de gravação neural com o acompanhamento de orientação do morcego em voo permitiu correlacionar a atividade cerebral com a orientação em três dimensões do animal.

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