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Tecnologia e Ciência

Pandemia: 78% dos brasileiros se sentem saturados de informações

Pesquisa da Kaspersky aponta ainda que latino-americanos sentem-se ansiosos (38%), estressados (36%) e pessimistas (35%)

Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo, do R7*

51% dos brasileiros consumiram mais ou muito mais notícias em comparação a um ano normal
51% dos brasileiros consumiram mais ou muito mais notícias em comparação a um ano normal

Nos últimos 12 meses, mais da metade dos brasileiros (51%) consumiram mais ou muito mais notícias em comparação a um ano normal — e 78% sentem-se saturados de informações sobre a pandemia. É o que aponta a pesquisa "Infodemia e os impactos da vida digital", realizada pela empresa de cibersegurança Kaspersky em parceria com a consultoria Corpa.

A palavra "infodemia", proposta inicialmente em 2003 pelo jornalista e cientista político norte-americano David Rothkopt, diz respeito à disseminação rápida e abrangente de notícias, verdadeiras e falsas, que dificulta a compreensão das pessoas sobre um determinado assunto. À época, o mundo enfrentava uma epidemia de SARS, popularmente conhecida como síndrome respiratória aguda grave.

Com a pandemia da covid-19, o problema voltou à tona — e tem afetado não somente os brasileiros, mas também pessoas de toda a América Latina. Segundo o estudo, os peruanos foram os que mais aumentaram o consumo de notícias durante a pandemia (61%). Em seguida, aparecem os chilenos (53%), argentinos (52%), brasileiros (51%), mexicanos (51%) e colombianos (45%).

Curiosamente, os colombianos são os que mais se sentem saturados pelo excesso de informações (81%), seguidos pelos argentinos (79%), peruanos (78%), chilenos (77%), brasileiros (67%) e mexicanos (62%).


Os temas relativos à pandemia que mais sobrecarregaram os latino-americanos, por sua vez, foram o número de infectados e mortes pela covid-19 (77%), orientações de prevenção à doença (44%) e a corrida da vacinação (32%).

"Os resultados preliminares reforçam apenas o quão profundos foram os impactos da pandemia e do isolamento social", afirma o analista sênior de segurança da Kaspersky, Fabio Assolini. "Nossa pesquisa mostra que muitos se sentiram esgotados com este novo contexto. É como um ataque ao nosso cérebro, que, ao atingir o nível de saturação, faz a pessoa se desligar."


Como combater a sobrecarga da infodemia?

Os números mostram que a infodemia tem prejudicado e muito a saúde mental dos latino-americanos. De forma geral, as pessoas sentem-se ansiosas (38%), estressadas (36%), pessimistas (35%), com raiva (30%) e deprimidas (24%).

O atual cenário global não mudará de um dia para o outro, bem como a produção de notícias sobre a pandemia continuará a todo vapor. Apesar disso, algumas medidas podem ser de grande ajuda para combater a sobrecarga da infodemia: criar hábitos saudáveis, fazer pausas ao longo do dia e saber a hora de se desligar de celulares, computadores e outros dispositivos.


"É importante organizar o dia também no mundo virtual: separar um período para ler notícias, outro para responder e-mails e mensagens e outro para pausar. Pausas são essenciais para que o cérebro possa descansar e se preparar para absorver mais informação", diz. "Ao final do dia, sugiro que as pessoas desliguem as notificações do celular por pequenos períodos. Isso permitirá ao cérebro descansar e clarear os pensamentos."

*Estagiária do R7 sob supervisão de Fábio Fleury

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