Saguis decidem se querem interagir através do que escutam, diz estudo
Pesquisadores chegaram aos resultados monitorando também a temperatura nasal dos macacos que participaram da pesquisa
Tecnologia e Ciência|João Melo, Do R7*
Cientistas da Universidade de Zurique, na Suíça, fizeram um estudo que revelou que saguis conseguem entender conversas de outros macacos e julgar se eles querem ou não fazer interações.
Para fazer esta constatação, os pesquisadores colocaram saguis em uma sala e colocaram para tocar, através de alto-falantes escondidos, algumas gravações de sons emitidos por outros animais da mesma espécie.
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Os experimentos foram realizados em 21 saguis, que participaram de um total de 90 sessões. A ideia era saber se esses animais tomam decisões de acordo com aquilo que ouvem, assim como os humanos.
Foram dois tipos de sons que tocaram. O primeiro era de um filhote pedindo comida a um adulto, que por sua vez respondia gentilmente, e o segundo de um sagui adulto respondendo ao pedido do bebê faminto de maneira agressiva.
Durante o experimento, os cientistas monitoram a temperatura do nariz dos macacos, uma vez que a diminuição do calor na região nasal representa que o animal está alerta em relação a determinada situação. Se a temperatura do nariz estiver alta, significa que o sagui está se sentindo à vontade para fazer uma interação.
Depois disso, os saguis foram orientados a escolher por duas portas, onde poderiam se encontrar com os sons que representavam uma reação negativa ao pedido de comida do filhote, ou com os sons do macaco que reagiu positivamente ao pedido.
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Os resultados mostraram que os animais optavam pela saída onde se encontrariam com os adultos mais gentis, e que durante o experimento a temperatura nasal deles aumentou nessa situação. Quando escutaram os sons dos saguis agressivos, o nariz deles apresentou uma queda na temperatura, o que representou um estresse deles.
“Esses saguis não são apenas observadores passivos das interações de terceiros, eles realmente interpretam e entendem o que os outros estão fazendo”, conclui Rahel Brügger, doutoranda em antropologia na Universidade de Zurique, em entrevista à CNN.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Fabio Fleury