Supercomputador rodando Linux é instalado em estação espacial
Diferente das outras máquinas da NASA, essa é moderna de verdade
Tecnologia e Ciência|Victor Fermino, do R7
No mês passado, a HPE (Hewlett Packard Enterprise) lançou um supercomputador no espaço através do programa Dragon Spacecraft, da SpaceX, empresa americana de transporte espacial. O experimento é fruto de uma parceria entre a Hewlett Packard e a NASA, a agência espacial americana, buscando descobrir como computadores de alta performance funcionam no espaço.
Agora, o tal supercomputador está completamente instalado e operacional na estação espacial internacional.
O experimento de performance deve durar mais ou menos um ano, o tempo que uma nave demora para chegar em Marte. No momento, vários cálculos e pesquisas são realizados na Terra, mas isso cria um problema com a latência de dados.
Diferente da conexão da Terra, que tem acesso ao poder de computação do planeta inteiro graças à internet, as conexões no espaço são baseadas em transmissões da superfície até a estação — basicamente, internet via satélite. Enquanto aqui você pode fazer uma busca no Google em termos de milisegundos, a mesma consulta na estação espacial demoraria minutos.
Mark Fernandez, chefe de tecnologia da HP americana, disse que os engenheiros vão fazer um benchmark para testar o número de multiplicações que o sistema pode produzir por segundo.
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"Agora que todas as instalações estão completas, é hora de baixar os softwares necessários e configurar o sistema. O sistema que está no espaço é idêntico ao seu gêmeo aqui na Terra", afirmou Fernandez. "Esse computador consegue um trilhão de cálculos por segundo"
Esse supercomputador não é o primeiro do espaço, mas é uma grande novidade em termos de performance.
Atualmente, computadores em estações espaciais são construídos para serem resistentes acima de tudo, e precisam suportar temperaturas extremas, raios cósmicos e explosões solares.
"Demora muito tempo para deixar uma máquina pronta", diz Fernandez. "Quando um computador conclui uma missão, ele costuma estar três a cinco gerações atrasado."
O novo computador é bem mais modular, e poderá ser trocado com mais frequência. Além disso, essa missão só deve durar um ano, então é mais difícil ver a máquina obsoleta no fim do período.