Deputado Jean Wyllys se diz vítima de difamação e vai pedir proteção policial
O parlamentar quer que a Polícia Federal investigue de onde parte as ameaças
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
As diferenças entre os defensores do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e os manifestantes que são contra a presença do parlamentar na presidência da CDH (Comissão de Direitos Humanos) vai parar na PF (Polícia Federal).
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) vai apresentar queixa, pedindo que a PF investigue os autores das mensagens que circulam na internet, atribuindo a ele frases de apologia a pedofilia e ofensivas a cristãos.
Jean Wyllys se diz vítima de calúnia, nega a autoria das frases e afirma que suas páginas nas redes sociais viraram alvo de “terrorismo virtual”, inclusive com ameaças de morte.
— Eu vou pedir uma investigação do processo difamatório do qual eu tenho sido vítima. São frases mentirosas na internet atribuídas a mim. Isso é claramente uma incitação a violência contra mim. Vou pedir proteção à Polícia Federal e à Polícia Legislativa porque estou me sentindo ameaçado.
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O deputado afirma que não sabe se as ameaças estão ligadas a grupos do deputado Feliciano, mas diz que as ameaças começaram, “coincidentemente”, depois que ele começou a fazer oposição ao presidente da CDH.
Além da investigação de difamação contra ele, o deputado, junto com os parlamentares Domingos Dutra (PT-MA) e Érika Kokay (PT-DF) também vai prestar queixa contra um vídeo, divulgado na página de uma rede social do deputado Marco Feliciano, no qual ele diz que renuncia à vida pessoal para presidir, mesmo sob protestos, a CDH.
No vídeo, os deputados que pedem a saída de Feliciano da CDH são citados como organizadores das manifestações contra ele e de ofensas contra movimentos cristãos. A deputada Érika diz que também se sente ameaçada.
— Chega de mentiras, chega de vídeos que tentam estabelecer o ódio. Chega de ameaças. Estamos sendo ameaçados.
Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos
As declarações foram dadas durante o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, nesta quarta-feira, pelos deputados que fazem oposição a Marco Feliciano.
Temendo que a comissão trabalhe contra os projetos em defesa das minorias, uma vez que Feliciano é acusado de dar declarações racistas e homofóbicas em redes sociais, os deputados resolveram criar o colegiado para garantir o espaço de debate em favor desses grupos.