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Em reforma ministerial, Dilma troca comandos da Agricultura, da Aviação e do Trabalho 

Moreira Franco saiu da Secretaria de Assuntos Estratégicos, mas cargo ainda não foi ocupado

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Moreira Franco, Manoel Dias e Antônio Andrade tomam posse no sábado (16)
Moreira Franco, Manoel Dias e Antônio Andrade tomam posse no sábado (16)

A presidente Dilma Rousseff anunciou, nesta sexta-feira (15), a reforma ministerial em seu governo e trocou os chefes de três ministérios. A dança das cadeiras alterou o comando das pastas da Agricultura, da Aviação Civil e do Trabalho. Moreira Franco saiu da Secretaria de Assuntos Estratégicos mas ainda não foi substituído.

Depois de passar a tarde em reuniões para acertar os detalhes da mudança, Dilma anunciou, por meio de nota, que Mendes Ribeiro deixa o Ministério da Agricultura. O ministro estava à frente da pasta desde 2011 — mesmo ano em que descobriu um câncer no cérebro — e será substituído pelo deputado federal Antônio Andrade (PMDB-MG).

A troca faria parte de um pagamento do PT ao PMDB mineiro, que apoiou a candidatura do petista Patrus Ananias à Prefeitura de Belo Horizonte nas eleições municipais de 2012.

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Inicialmente, a negociação previa que Mendes Ribeiro ficaria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos, mas a troca não se concretizou e ele deixa o alto escalão do governo Dilma.

Na dança das cadeiras do PMDB, Moreira Franco deixa a Secretaria de Assuntos Estratégicos (que fica a cargo do secretário Executivo Roger Leal) e vai para a Secretaria de Aviação Civil. Wagner Bittencourt deixa o ministério para abrir espaço para Moreira Franco, e perde vaga na Esplanada. Bittencourt, que é servidor de carreira do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), deve voltar para seu cargo no órgão.


Na nota em que divulga as trocas, Dilma agradece a colaboração dos ministros ao governo e ao País e deseja bom trabalho aos que assumem novos cargos.

PDT

O Ministério do Trabalho continua com o PDT, porém tem um novo chefe. Brizola Neto deixa o comando da pasta. Protagonista da disputa com o presidente do partido e ex-ministro Carlos Lupi, Brizola Neto perdeu o embate interno e também deixa a Esplanada.

No lugar dele entra o secretário-geral nacional do PDT, Manoel Dias, aliado de Lupi. A escolha teria sido feita para agradar o presidente pedetista e garantir o apoio da legenda nas eleições de 2014. Isso porque o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, possível candidato à Presidência da República, também está de olho no PDT.

O Ministério do Trabalho é motivo de disputa interna no PDT desde que Lupi deixou a pasta, em dezembro de 2011, desgastado por denúncias de irregularidades. O nome de Brizola Neto nunca foi consenso no partido, e ele foi confirmado como ministro somente quatro meses depois da saída de Lupi, em abril de 2012, às vésperas do Dia do Trabalho.

PSD

Havia a expectativa de que o vice-governador de São Paulo, Afif Domingos, seria confirmado no comando do recém-criado Ministério da Micro e Pequena Empresa. Segundo informações de bastidores, o nome de Afif está confirmado, mas o anúncio será feito posteriormente.

Negociação

O acordo para a troca de comando nas pastas do PMDB foi costurado entre a presidente Dilma e o vice-presidente Michel Temer, que se reuniram nesta sexta-feira. Apesar de a presidente ter dito na quarta-feira (13) que não trataria da reforma ministerial nesta semana, Dilma preferiu acabar definitivamente com as especulações.

A posse coletiva dos três novos ministros será realizada no sábado (16). Isso porque, a presidente Dilma pode embarcar ainda no domingo (17) para Roma, onde participará da coroação do papa Francisco, na terça-feira (19).

A última mudança na Esplanada envolveu a troca no comando do Ministério da Cultura. Em setembro do ano passado, Marta Suplicy (PT) deixou sua vaga no Senado para assumir a pasta no lugar de Ana de Hollanda.

Além do desgaste de Ana de Hollanda no cargo, que era constantemente criticada por sua gestão, a mudança teria sido negociada durante a campanha de Fernando Haddad para Prefeitura de São Paulo. A vaga no alto escalão seria a compensação por Marta ter apoiado a campanha eleitoral em 2012.

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