Imagens mostram doleiro Alberto Youssef internado em hospital de Curitiba
Delator de esquema de corrupção na Petrobras passou mal e foi internado no sábado
Brasil|Do R7
Imagens obtidas pelo R7 por meio de um médico de Curitiba (PR) mostram o doleiro Alberto Youssef deitado no leito de um quarto do hospital Santa Cruz, na capital paranaense. Delator de um suposto esquema de corrupção na Petrobras, Youssef foi internado na tarde de sábado (25) após passar mal na carceragem da Superintendência da PF (Polícia Federal), onde está preso desde março.
Por meio da assessoria de imprensa, o hospital não confirmou nem negou a veracidade da imagem, mas explicou que não se tratava de uma foto “oficial”.
De acordo com o último boletim do hospital, divulgado às 17h30 deste domingo (26), Youssef "mantém quadro clínico estável, apresentando na avaliação da tarde quadro cardiológico estável. Exames laboratoriais e outros exames complementares dentro da normalidade".
Segundo a nota, o doleiro "apresenta-se consciente, lúcido e orientado com sinais vitais dentro da normalidade. No momento, realizando exames complementares".
O doleiro foi hospitalizado "devido a uma forte queda de pressão arterial causada por uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica", informou a PF no sábado. “Esta é a terceira vez que ocorre atendimento médico de urgência após a sua prisão".
“Youssef deu entrada na UTI coronariana do hospital Santa Cruz no dia 25/10/2014, às 16:20, devido a episódio de síncope a esclarecer. Chegou com quadro clínico estável, apresentando sinais de desidratação e de emagrecimento importante”.
Na avaliação inicial, “não apresentava sinais de intoxicação exógena e/ou medicamentosa e quadro cardiológico estável".
Quem é Alberto Youssef?
Réu da Operação Lava-Jato, o doleiro está preso desde março na carceragem da PF na capital paranaense. Ele é acusado de ser um dos chefes de um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Em depoimento prestado no começo do mês, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também preso pela PF, acusou o PP, o PMDB e o PT de envolvimento no recebimento de propinas de empreiteiras.
Costa também teria citado o envolvimento do ex-presidente do PSDB no esquema, Sérgio Guerra, que teria recebido propina para "travar" uma CPI da Petrobras no Congresso. A denúncia foi reforçada pelo laranja de Alberto Yousseff, Leonardo Meirelles, em depoimento à Justiça.
No mais recente depoimento vazado à imprensa, o doleiro afirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público em Curitiba que a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, teriam total conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
A informação foi publicada pela revista Veja, que antecipou sua circulação de sábado para sexta-feira (24), a dois dias da votação do segundo turno presidencial. A presidente Dilma chamou a publicação da reportagem de "ato de terrorismo eleitoral". O advogado do doleiro se disse surpreso e afirmou desconhecer o depoimento. Depois, ele declarou que não poderia "desmentir nem confirmar" a versão do doleiro.