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Planalto opera e PSDB, DEM e PSB adiam votação de caso Cunha para setembro

Presidente da Câmara disse a parlamentares que sessão ocorrerá entre 12 e 16 de setembro

Brasil|

Eventual perda de mandato de Cunha atrapalharia o impeachment
Eventual perda de mandato de Cunha atrapalharia o impeachment Eventual perda de mandato de Cunha atrapalharia o impeachment

Após uma operação do Palácio do Planalto, a antiga oposição — PSDB, DEM e PSB — concordou em deixar a votação do processo de cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para depois do julgamento final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Com a mudança de posição, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a parlamentares que a sessão deve ocorrer entre 12 e 16 de setembro.

O governo do presidente em exercício Michel Temer atuou para adiar a votação da cassação de Cunha porque receia que ele possa atrapalhar o impeachment caso perca o mandato antes.

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O temor do Palácio do Planalto é de que o deputado afastado saia "atirando" contra membros do governo, o que pode vir a "tumultuar" a votação final do impeachment, prevista para entre o fim de agosto e começo de setembro.

A tese já era defendida pelo Centrão — grupo de partidos da base liderados por PP, PSD e PTB —, mas enfrentava resistência no PSDB e no DEM.

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O discurso único da base foi acertado durante café da manhã terça-feira (9) entre Maia e líderes do Centrão e da antiga oposição. O encontro ocorreu na residência oficial da presidência da Câmara. Foi a primeira reunião do presidente da Casa com líderes partidários no local.

Consenso

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"Houve consenso. A maioria concordou em ser depois do impeachment [de Dilma]", afirmou o líder do PSB, Paulo Folleto (ES). Ele disse ter mudado de posicionamento para acompanhar a decisão da maioria.

— Houve uma opinião da maioria. Como sou base, tenho que aceitar. Não vou ficar brigando.

"É melhor deixar para depois do impeachment, por estratégia. Para evitar tumulto, evitar estresse", completou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

O único líder da antiga oposição que diz ter se posicionado contra a maioria foi o do PPS, deputado Rubens Bueno (PR). "Não concordei. Coloquei a minha posição de continuar cobrando a votação o mais rápido possível", afirmou. Ele disse ter sido o "único" das lideranças presentes a reafirmar que vai continuar cobrando em plenário que Maia faça a votação o mais célere possível.

Segundo deputados do PP, PSD, PMDB, PSDB e PCdoB, Maia afirmou que não dará para fazer a votação na próxima semana, pois não haverá atividades na Câmara, em razão do início da campanha eleitoral.

Nas duas semanas seguintes, também não seria possível, pois será a votação do impeachment no Senado. Na primeira semana de setembro, também não daria, por conta do feriado de 7 de Setembro. Resta, portanto, a semana entre 12 e 16 de setembro. Maia prometeu anunciar hoje a data exata.

Protesto

Partidos da oposição protestaram contra a demora na votação da cassação de Cunha. Ontem, PSOL e Rede fizeram um ato para marcar os 300 dias desde que a representação contra o peemedebista foi protocolada no Conselho de Ética.

"Usar o impeachment para adiar a votação é desculpa de quem tem medo de enfrentar a verdade", disse o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ).

O grupo promete aumentar a pressão caso a votação fique para depois do impeachment. "Vai ter guerra aqui", disse José Guimarães (PT-CE).

Tramitação

Na segunda-feira, 8, o parecer pela cassação do mandato de Cunha aprovado pelo Conselho de Ética foi lido no plenário da Câmara. A leitura é a última etapa do processo, antes da votação em plenário.

A partir dela, o pedido deve entrar como prioridade na pauta de votações do plenário em até duas sessões ordinárias, ou seja, a partir de hoje.

A prioridade, no entanto, não obriga que seja votado. Mesmo trabalhando para adiar a votação, aliados de Cunha consideram a cassação provável.

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