Governo investe R$ 49,7 milhões em programa de bolsas da Saúde
Previsão é de 7.500 bolsas de estudos para alunos de graduação e profissionais da área; inscrições de projetos ocorrem de 24/1 a 22/2
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (11), a décima edição do PET-Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde), com previsão de 7.500 bolsas de estudos voltadas para alunos de graduação e profissionais da área. O investimento estimado para essa edição é de até R$ 49,7 milhões.
A expectativa da pasta é selecionar ao menos 120 projetos que promovam a formação em saúde, com ênfase em ações de ensino-aprendizagem para contextos atuais, como o combate à Covid-19. Os projetos devem ser inscritos entre 24 de janeiro e 22 de fevereiro, conforme edital, e o resultado deve ser divulgado em 1º de abril.
O número de bolsas previstas para essa edição é o maior desde o lançamento do programa, em 2008. A expectativa do governo é que o projeto possa beneficiar mil candidatos a mais do que na última edição. Os investimentos devem ser executados em 12 meses. Antes, a verba era distribuída em um período de dois anos.
A diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde, Musa Denaise de Melo, ressaltou, durante a cerimônia de lançamento, que o PET-Saúde é um programa interministerial que "visa à qualificação da integração ensino, serviço e comunidade".
Neste ano, a pasta busca privilegiar projetos que priorizem a atuação interprofissional em gestão e assistência. "Nossos objetivo é de uma maior aproximação com a realidade local e maior flexibilidade na execução do programa", afirmou a diretora.
A secretária do Ministério da Saúde do Brasil responsável pela área de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou que o programa vem como um incentivo aos professores, alunos da graduação em saúde e profissionais da ponta das unidades para que possam entregar ao SUS projetos para reabilitar sequelados da Covid e também para lidar com outras morbidades inseridas no contexto brasileiro.
"Se a gente aumentar o PIB do Brasil e não tiver gestão de saúde qualificada, profissionais devidamente treinados para socorrer as pessoas e usar esses recursos, todos os gastos serão insuficientes", afirmou Mayra.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também frisou a importância da formação, sobretudo fora de um contexto de mercado. "Precisamos qualificar essas pessoas de forma adequada, formar os profissionais com foco no humanismo que caracteriza os profissionais de saúde, não somente em uma visão mercadológica. Aqui não é um mercado, é o cuidado com a dignidade da pessoa humana."
Para o ministro, o programa "trará luz para o nosso caminho". Ele aproveitou para defender a ideia de que o governo federal, representado pelo Ministério da Saúde, se guia pela ciência, rebatendo críticas de que a pasta vem sofrendo em relação à tomada de decisões políticas, mesmo em meio a uma crise de saúde. "Nós não vivemos na escuridão. Vivemos na luz do conhecimento, da ciência e do compromisso com a população brasileira."