JR Entrevista: 'PT não vai ser um problema para Lula', diz Márcio Macêdo sobre reforma ministerial
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência afirmou ainda que vê com 'naturalidade' as negociações de trocas em ministérios
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília, e Renata Varandas, da Record TV
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, afirmou ao JR Entrevista que vê com "muita naturalidade" as negociações em torno da reforma ministerial, que deve ser realizada no mês de agosto, e disse que o PT "não vai ser problema" e "vai ajudar" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "a garantir a governabilidade de que o Brasil precisa".
A entrevista foi ao ar nesta quinta-feira, na Record News, nas redes sociais do Grupo Record, no R7 e no PlayPlus.
"Nesse presidencialismo de coalisão, é necessário ter maioria no Congresso Nacional. Tem partidos que não estiveram conosco na eleição, mas que desejam ajudar o Brasil, que estão concordando com o que nós fizemos nesses seis meses e querem vir dar governabilidade e garantir maioria para aprovar os grandes projetos estruturantes ao nosso país; eu acho isso muito bem-vindo. E tem que ser com naturalidade, tem que discutir, e o presidente tem prerrogativa para fazer mudanças", afirmou Macêdo.
As negociações para a reforma ministerial estão avançadas, e há a expectativa de que a definição dos cargos que serão entregues a partidos do centrão saia na próxima semana. Na última terça-feira (25), o presidente admitiu ceder ministérios em troca de "tranquilidade ao governo".
Lula também disse que vê como "normal" que o grupo político queira respaldo na Esplanada, já que tem votado a favor das pautas governistas no Congresso. O petista afirmou ainda que, apesar dos acordos, os partidos políticos não terão poder para escolher ministérios e que as indicações são prerrogativa do presidente da República.
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Questionado pela jornalista da Record TV Renata Varandas se não é difícil conciliar os interesses do Executivo com os pedidos dos partidos, Márcio Macêdo negou a dificuldade e falou sobre uma eventual ajuda do PT, legenda da qual é filiado. "Eu não acho. Primeiro que o PT não vai ser um problema para o presidente. O PT vai ajudar o presidente a construir sua governabilidade. Em relação às mudanças, se fala muito, mas se blefa muito. Conheço um pouco do presidente Lula. Ele ouve as pessoas, mas está refletindo e vai tomar a decisão dele", afirmou.
O ministro ainda saiu em defesa da redução da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. "Só precisa abaixar os juros. Tem que começar logo agora com o meio, para poder ir num crescente, e o país ter condição de crescer. Nenhum país do mundo cresce com a taxa Selic de 13,75%. Isso é um absurdo, e eu espero que seja corrigido", defendeu Macêdo.