Quando o assunto é superesportivo, é comum pensarmos em marcas como Ferrari, Porsche e Lamborghini. Porém, os iniciados no tema — e os fãs de videogames — logo se lembrarão de um rival à altura vindo do oriente.
É o Nissan GT-R, também chamado de Godzilla. Apesar do visual marrento, seu coração é pulsante: um potente 3.8 V6 biturbo de 552 cavalos, montado de forma artesanal e com produção limitada a mil unidades mensais.
No fim do processo, cada propulsor recebe uma placa com o nome do engenheiro japonês que o construiu. Na prática, os números impressionam: o modelo acelera de 0 a 100 km/h em apenas 2,9 segundos e atinge a velocidade máxima de 315 km/h.
Mas será que esse monstro das pistas é facilmente domado? O R7 Carros guiou o modelo no Autódromo Velo Cittá, em Mogi Guaçu (SP). Foram apenas quatro voltas, o suficiente para sentir a brutalidade do superesportivo.
Por dentro, a cabine monocromática não impressiona, apesar do bom acabamento. Entre os equipamentos, há sistema de som da marca Boze com onze alto-falantes, seis air bags, bancos aquecidos e GPS.
No painel central, uma tela informa dados técnicos do carro e chaves semelhantes às usadas nos aviões selecionam um dos três modos de condução disponíveis, que alteram do conforto da suspensão ao peso do volante.
Com o pé no acelerador, o corpo cola no encosto e o ronco grave do motor invade a cabine de forma brutal. Mesmo atiçado, o mostro sob o capô do GT-R é fácil de domar, sobretudo nas curvas, quando o modelo cola no chão graças à suspensão independentes multibraços.
O câmbio automatizado de seis velocidades e dupla embreagem é rápido e preciso, mas as enormes aletas fixas atrás do volante exigem alguma adaptação na hora de trocar as marchas no modo manual.
São três versões disponíveis, Black Edition, Nismo e Premium — esta última a configuração mais básica do modelo, que tem preço nos Estados Unidos a partir de US$ 101.770.
A importação do superesportivo não está nos planos da Nissan por enquanto, mas se viesse ele custaria cerca de R$ 500 mil, o que o colocaria em uma faixa de preço inferior aos principais concorrentes alemães e italianos — a mesma estratégia usada lá fora.
A sigla GT-R foi usada pela primeira há 45 anos, na variante esportiva do sedã Skyline, e desde então colecionou vitórias e pulverizou recordes ao redor do mundo. Os rivais tradicionais que se cuidem.
FICHA TÉCNICA
Nissan GT-R Premium
Motor: V6 3.8 biturbo 24V
Potência: 552 cavalos entre 3.200 e 5.800 rpm
Torque: 64 kgfm entre 3.200 e 5.800 rpm
Câmbio: Automatizado de dupla embreagem e seis marchas, com borboletas no volante
Direção: Hidráulica
Suspensão: Independente, com braços duplos de alumínio, estrutura de tubo-frame integral com montagem de seis pontos (dianteira) e independente multibraço de alumínio, estrutura de tubo-frame integral com montagem de seis pontos (traseira)
Freios: Brembo, com pinças monobloco de seis pistões e discos ventilados
Rodas: 20 polegadas
Pneus: 255/40Z RF20 (frente) e 285/35Z RF20 (traseira)
Porta-malas: 315 litros
0 a 100 km/h: 2.9 segundos
Velocidade máxima: 315 km/h
Preço: US$ 101.770 (R$ 270 mil), na versão Premium
*Jornalista viajou a convite da Nissan no Brasil
GALERIA
Veja abaixo todos os detalhes do Nissan GT-R, o Godzilla das pistas de corrida