O sócio da boate Kiss, Elissandro Spohr, recebeu alta depois de nove dias internado em um hospital de Cruz Alta (RS). Ele deixou a unidade no fim da tarde desta terça-feira (5) e foi levado à delegacia da cidade. Em seguida, o empresário foi transferido pela Polícia Civil ao presídio modular de Ijuí — a cerca de 50 km de Cruz Alta.
A decisão de manda-lo para Ijuí foi aceita pela Justiça depois de um pedido do advogado de Spohr, Jader Marques. A defesa alegou que a saúde mental dele corria risco se fosse levado a Santa Maria, onde estão os outros três presos — o segundo sócio da boate Kiss, Mauro Hoffmann, e os músicos da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos e Luciano Leão. Mais cedo, o médico Paulo Viécili, que recomentou outra unidade prisional, disse ao R7 que Spohr iria para Santa Maria.
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O Ministério Público se posicionou contrário ao pedido de que ele fosse a Ijuí. Até as 20h, o promotor do caso, Joel Dutra, não tinha conhecimento da decisão.
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Elissandro saiu pelos fundos do hospital Santa Lúcia em um carro descaracterizado com dois policiais civis. Ele foi para a delegacia de Cruz Alta e colocado em uma viatura normal, em seguida seguiu para Ijuí. Ele deve prestar depoimento à delegada Lylian Carús. A data quando o interrogatório deve acontecer ainda não foi confirmada.
A internação
Elissandro Spohr deu entrada no Hospital Santa Lúcia, na cidade de Cruz Alta, logo após o incêndio na boate Kiss, no domingo, 27 de janeiro, porque tinha inalado fumaça. No dia seguinte foi decretada a prisão dele.
Na terça-feira (29), ele tentou cometer suicídio no banheiro do quarto e precisou ser algemado à cama. Elissandro fica o tempo todo acompanhado de um policial, não pode receber visitas familiares e comunica-se apenas com o médico e com o advogado.
De acordo com Paulo Viécili, Sphor não está mentalmente bem.
— Ele está arrasado, está sob sedação. Ele oscila bastante, entre crises de choro, depressão, falsas realidades, tem momentos em que fica até paranoide.
Incêndio
O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que ao ser lançado atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. O fogo se espalhou em poucos minutos.
A casa noturna estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de mil pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.
Ao entrar na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para socorrer as vítimas do incêndio, na madrugada de domingo (27), os bombeiros se depararam com uma barreira de corpos.