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Grupo ocupa Câmara de Santa Maria há três dias

Eles pedem a anulação da CPI que investiga responsabilidades do poder público pela tragédia

Cidades|Do R7

Familiares de vítimas ocupam a Câmara de Vereadores de Santa Maria desde a última terça-feira
Familiares de vítimas ocupam a Câmara de Vereadores de Santa Maria desde a última terça-feira

Cerca de 150 familiares e amigos das vítimas do incêndio na Boate Kiss passaram a terceira noite dentro do prédio da Câmara de Vereadores de Santo Maria, no Rio Grande do Sul. O grupo ocupa o local desde a noite dessa terça-feira (25). Eles pedem a anulação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga responsabilidades do poder público pela tragédia, em janeiro deste ano, que matou 242 pessoas.

A ocupação teve início após a descoberta de uma gravação de áudio, feita em abril, onde a presidente da CPI Maria de Lourdes Castro (PMDB), o vice Tavores Fernandes (DEM) e um assessor criticam a relatora Sandra Rebelato (PP) e dão a entender que a investigação não deveria "dar em nada".

Além do afastamento dos integrantes da Comissão, o grupo exige também a exoneração do procurador jurídico do Legislativo, Robson Zinn, que é do mesmo partido do prefeito Cezar Schirmer, o PMDB. De acordo com o coordenador do Movimento Santa Maria do Luto à Luta, Flávio da Silva, os familiares e amigos querem também a cassação dos vereadores da CPI e do prefeito da cidade.

Devido a ocupação, a Casa está com o expediente suspenso desde quarta (26). O depoimento de Schirmer à CPI, marcado para quarta, foi suspenso. Em nota, a Câmara informou que "a medida foi tomada por questões de segurança, pois os servidores não tem mínimas condições de trabalho no local". Segundo o comunicado, as atividades do Legislativo só serão retomadas após a desocupação do prédio.


Incêndio

O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro. O número de mortos chegou a 242. 


O fogo começou porque, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se espalharam em poucos minutos.

A casa noturna estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de mil pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.

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