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Pais buscam em delegacia pertences de filhos mortos durante incêndio na boate em Santa Maria

Os documentos e objetos recolhidos no incêndio estão sendo entregues aos parentes das vítimas

Cidades|Da Agência Brasil

Bruno Jaques tentou recuperar o instrumento do irmão que é integrante da banda Gurizada Fandangueira e morreu no incêndio
Bruno Jaques tentou recuperar o instrumento do irmão que é integrante da banda Gurizada Fandangueira e morreu no incêndio

Passados quatro dias do incêndio na boate Kiss, vítimas e parentes de pessoas que morreram estiveram nesta quinta-feira (31) na delegacia em busca de documentos e para cobrar rigor no esclarecimento da tragédia. A mãe da estudante Michele Campos, que morreu na casa noturna, afirmou que alguém tem de ser responsabilizado pela tragédia.

— Vamos ver se futuramente os pais se unem para se apoiar e tomar providências, porque na impunidade isso não pode ficar. Não vou deixar isso passar em branco.

Maria Odete e o marido, Sergio Renato Campos, foram buscar os documentos de Michele na delegacia. A garota de 18 anos cursava o segundo semestre de medicina veterinária na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Inconformado, o pai culpa a omissão das autoridades pela tragédia.

— Eu culpo 100% a prefeitura e os bombeiros pela morte da minha filha. Aquela boate não poderia estar funcionando de jeito nenhum. Foi falta de fiscalização.


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Confusa e muito abalada, Janete Salapata, mãe de outra aluna da UFSM, ficou emocionada ao encontrar na delegacia a sobrevivente Patrícia Oliveira Campos, que conseguiu sair porque estava perto da porta quando o fogo começou.

— Eu queria ouvir, saber como foi. Isso aí é para ver a negligência dessas boates. Não sei por que fazem uns lugares tão fechados, sem porta para sair direito.


Segundo ela, antes de ir para a festa na Kiss, a filha Lauriana ligou para casa dos pais na cidade de Santo Ângelo pedindo autorização.

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— Eu disse, filha você sabe que o pai não gosta que você vá a essas boates. Mas ela tinha 18 anos, era jovem, precisava se divertir.

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Assim como ela, o pai de Taíse dos Santos, Tarso Santos, também não gostava que a filha frequentasse a boate. No entanto, ele foi pessoalmente levá-la com mais três amigas da menina. Além de Taíse, duas delas morreram.

— E a minha outra filha, Daniele, também costumava ir. No sábado, ela não foi porque estava viajando. Senão, seriam duas filhas [mortas].

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Os documentos e objetos recolhidos no incêndio estão sendo entregues aos parentes das vítimas. Muitas das bolsas das mulheres que estavam na tragédia continham apenas crachás e carteiras estudantis como documentos de identidade.

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