Quase todas as mulheres assassinadas pelo vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, detido em Goiânia (GO), mexiam no celular no momento do crime. A informação foi dada ao R7 pelo advogado do suspeito, Thiago Huascar, neste sábado (18).
— Eu perguntei para ele se tinha alguma coisa a ver [o uso do aparelho] e ele disse que não. Mas durante os depoimentos, ele falou: “Eu observei o clarão do celular”.
O vigilante confessou ter matado 39 pessoas, entre elas oito moradores de rua e 16 mulheres, e foi preso na última terça-feira (14). De acordo com Huascar, que já afirmou que o cliente tem "mania de perseguição", uma avaliação psiquiátrica será realizada nesta segunda-feira (20). O advogado considerou o agendamento do exame uma vitória da defesa.
— Será para poder entender o perfil psicológico, psiquiátrico, para já adentrar no pedido de insanidade mental. É uma vitória para a defesa. Conseguir antes de subir processo, antes de o juiz instaurar incidente de sanidade mental, nós já conseguimos uma avaliação psicológica com os médicos forenses.
Se ficar comprovado que Rocha tem alguma doença mental severa, será considerado inimputável. Pela lei, ele deverá ser encaminhado para hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico.
Relembre os principais assassinos em série que já assustaram o Brasil
Serial killer de GO: suspeito diz que foi coagido a confessar crimes, mas polícia garante ter provas
Ainda de acordo com o advogado, o vigilante passou por uma consulta médica neste sábado porque teria ficado muito nervoso durante a noite e dormiu algemado.
— Não deixaram tirar a algema com medo de que ele tentasse se suicidar novamente. Ele ficou muito nervoso. Como ele vai ficar a noite inteira algemado? É desumano. Cheguei cedo e ele estava algemado nos pés e nos braços.
Pizza
Huascar contou à reportagem que levou pizza de calabresa e frango para o cliente pela manhã: “Ele me pediu. Ele gosta de pizza”.
Para o diretor-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, não há dúvidas de que Rocha é um serial killer que agia em Goiânia. Em entrevista à TV Record depois de ser preso, o suspeito disse que está colaborando com as investigações e relatou que pediria perdão aos familiares das vítimas.