Brasil precisa melhorar muito as rodovias para competir com outros países
Apenas 12% das estradas brasileiras são pavimentadas, segundo especialistas
Economia|Joyce Carla, do R7
Um dos maiores entraves para o crescimento do Brasil, a infraestrutura afeta não somente os portos, aeroportos e ferrovias, mas o principal tipo de transporte do País: o rodoviário. É preciso melhorar muito a qualidade das estradas brasileiras para que o produto nacional possa competir com o de outros países.
Segundo uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 61% das cargas transportadas nacionalmente são deslocadas por meio das rodovias.
Mas dados da Fundação Dom Cabral e do Fórum Econômico Mundial mostram que apenas 12% das estradas brasileiras são pavimentadas.
O diretor-presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Paulo Sérgio Passos, afirma que, “em comparação a outros países, o Brasil não tem uma posição satisfatória”. Segundo ele, Estados como Mato Grosso, Tocantins e Pará não possuem uma infraestrutura rodoviária adequada.
— Estamos em 45º lugar em relação à infraestrutura de transporte. Precisamos ampliar e qualificar a malha rodoviária do País. Temos que trabalhar para que esses Estados não plenamente assistidos possam contar com estradas melhores.
País deve criar incentivos para energia limpa para aumentar competitividade
Segundo o diretor de Rodovias da Odebrecht TransPort, Renato Mello, o País deve recuperar o tempo perdido fazendo investimento emergencial e planejando novos investimentos.
Ele afirmou ainda que o “transporte urbano também ficou muito tempo abandonado e que a solução tem que ter a coparticipação pública”.
Por outro lado, o presidente da Volkswagen MAN, Roberto Cortes, vê a situação das estradas brasileiras como uma oportunidade de negócios. Ele lembra que “a fila de caminhões nos portos não é boa para o País”.
— Se, com todas as dificuldades, o Brasil está onde está, imagina quando resolver esses problemas de infraestrutura. O governo precisa discutir formas que possam ser viabilizadas [para] as inovações necessárias.
O presidente da CCR AutoBan, Mauricio Soares Vasconcellos, concorda com a oportunidade para crescer, pois “o Brasil está muito atrás na comparação com outros países de mesmo porte”.
Vasconcellos diz que a saída são as parcerias público-privadas, já que o investimento em transporte precisa de tempo e planejamento.
As declarações foram feitas durante o Fórum Brasil: Diálogos Para o Futuro, evento organizado pela revista Carta Capital — que reúne políticos e empresários brasileiros — e realizado esta semana em São Paulo.