Índice Ibovespa chegou a disparar 8%, desacelerou um pouco, mas fechou com a maior alta desde julho de 2012
Rafael Matsunaga/Flickr/Abril de 2007O resultado do primeiro turno mexeu positivamente com o mercado financeiro. De acordo com analistas da bolsa de valores, atualmente existe uma insatisfação em relação à política econômica praticada pelo atual governo, o que faz com que os candidatos da oposição sejam vislumbrados com uma possibilidade de melhora na economia.
Nesta segunda-feira (6), com a arrancada de Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno, o índice Ibovespa chegou a avançar 8%, desacelerou um pouco, mas fechou com a maior alta desde julho de 2012, com valorização de 4,72% aos 57.115 pontos. O avanço foi o mesmo registrado em 27 de julho de 2012.
O volume financeiro no pregão totalizou R$ 13,3 bilhões. Já o dólar baixou mais de 1% e chegou a R$ 2,37 durante a manhã. Mas a moeda norte-americana fechou a R$ 2,4266 na venda. O contrato futuro de dólar para novembro caía 1,39%, a R$ 2,4425 logo após as 17h.
Segundo operadores, o tombo inicial da moeda norte-americana foi exagerado, gerando uma correção em seguida. A percepção é que o mercado deve continuar volátil nas próximas semanas, diante da disputa acirrada no segundo turno entre o candidato tucano e a presidente Dilma Rousseff (PT), que vem sendo fortemente criticada pelos agentes financeiros pela condução da atual política econômica.
Em uma arrancada final surpreendente, o tucano garantiu vaga no segundo turno com muito mais facilidade do que as últimas pesquisas apontavam e ainda se aproximou da primeira colocada, a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, como em nenhum momento da campanha.
Dilma teve 41,6% dos votos válidos e Aécio obteve 33,6%.
Segundo Will Lander, gestor sênior de fundos de investimentos da BlackRock em Nova York, o ano de 2015 vai ser um ano de ajustes duro, ganhe quem ganhar.
— O mercado se anima com o potencial de uma vitória do Aécio, pois traz a expectativa de mudanças no manejo da economia, menos intervenção, mais controle fiscal... O mercado se anima com o potencial de um crescimento melhor e uma vitória da presidente (Dilma Rousseff) indicaria para mais do mesmo do que vimos nos últimos quatro anos.
O sócio e diretor de estratégia na consultoria Arko Advice, Thiago Aragão, avaliou que a disputa agora será "tête-à-tête", em igualdade de condições — pelo menos do que diz respeito a tempo na televisão e recursos financeiros.
Ações de estatais que têm reagido fortemente ao cenário eleitoral lideravam os ganhos do Ibovespa nesta sessão. Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras foram destaques de alta. As preferenciais da Petrobras, que não têm direito a voto em assembleia, valorizou 11,12% atingindo R$ 20,39. Já as ordinárias, que têm direito, valorizou 9,71% e chegou a R$ 19,20.
Analista do UBS Securities revisou nesta segunda-feira (6) a recomendação para as ações ordinárias da Petrobras para compra, ante neutra, e elevou o preço-alvo do papel para R$ 21,50, ante R$ 20.
Papéis do setor financeiro e imobiliário também se destacavam na ponta positiva do Ibovespa.
Operadores atribuíram a alta expressiva principalmente à cobertura de posições vendidas daqueles que apostavam em um cenário mais tranquilo para Dilma na corrida presidencial, movimento conhecido como "short squeeze", e não identificaram investidores assumindo posições com base nos fundamentos das empresas.
Analistas ponderam que ainda é incerto o desfecho da disputa pelo Palácio do Planalto. Assim, a expectativa é que a bolsa brasileira continue com alta volatilidade pelo menos até o próximo dia 26, quando acontece a votação final.
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De acordo com Marcelo Mesquita, sócio e diretor de análise da Leblon Equities Gestão de Recursos, a eleição ainda continua muito apertada e incerta.
— O que dificulta qualquer tomada de decisão de investimento baseada apenas neste evento.
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