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Crise na Argentina traz prejuízo para setores da indústria brasileira

De montadoras de carros a farmacêuticas, passando por chocolates e trigo, todos são afetados

Economia|Joyce Carla, do R7

Argentina (foto) precisa diminuir o populismo para sair da crise
Argentina (foto) precisa diminuir o populismo para sair da crise Argentina (foto) precisa diminuir o populismo para sair da crise

A mais recente crise na Argentina está trazendo prejuízo para diversos setores da indústria brasileira. Os problemas que, no início do ano, pareciam estar restritos às montadoras de veículos, agora estão se espalhando para outros setores.

O diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer, Leandro Ruschel, explica que quanto mais livre o mercado, mais baratos e melhores são os produtos e serviços oferecidos aos consumidores. No caso da Argentina, o maior problema são as salvaguardas. O país cria entraves ao importar produtos para tentar proteger a sua indústria.

— Isso atrapalha setores como automotivo, de calçados, metais, manufaturados e madeireiro. Por enquanto, o Brasil segue com um saldo da balança comercial positivo em relação a Argentina, fechando em US$ 3,15 bilhões de dólares em 2013. Poderia ser muito mais não fossem as salvaguardas diretas e indiretas mantidas pelas autoridades aduaneiras, com atrasos de liberação de licenças de importação e retenção de produtos na aduaneira, como aconteceu com calçados brasileiros na virada de 2013 para 2014.

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Neste ano, o comércio entre Brasil e Argentina já caiu 19,59% em relação a 2013 no comparativo dos primeiros cinco meses. De janeiro a maio, a soma das importações e exportações ente os países foi de US$ 12 bilhões, enquanto no ano passado, havia alcançado US$ 14,9 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O saldo comercial era positivo para o Brasil em US$ 421 milhões no ano passado e caiu para US$ 379 milhões neste ano.

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O diretor do Ceiri (Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais), professor doutor Marcelo Suano, afirma que, apesar desses problemas, o relacionamento entre os dois países continua.

— Não tem como evitar ou substituir um parceiro grande como a Argentina. No entanto, o modelo adotado pelo país vizinho — assistencialista e de inclusão social irresponsável — está na iminência do fracasso. O Brasil era o único que dava respaldo para a Argentina, que está agora sem capacidade de conseguir investimento.

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Calçados

Sobre os setores que estão sendo prejudicados pelas barreiras comerciais argentinas, Suano aponta o de calçados. Segundo ele, as medidas protecionistas daquele país afetam toda a cadeia produtiva.

— Algumas empresas enviaram os produtos para a Argentina e eles ficaram parados na fronteira. Elas quase quebraram. Já as que deixaram em pátio próprio conseguiram vender para outros mercados.

De acordo com Suano, apesar das reuniões para liberar os produtos travados na fronteira, as indústrias tiveram queda de até 30%.

Chocolate

A Abicab (Associação da Indústria Brasileira de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) também teve resultados negativos. Segundo a Vice Presidente de Exportações da associação Solange Isidoro, a Argentina era um destino significante para os produtos brasileiros até o ano passado.

De acordo com dados da associação, no primeiro semestre deste ano, o saldo entre importação e exportação é negativo para o Brasil em US$ 1,48 milhão. No mesmo período do ano passado, o Brasil tinha saldo positivo de US$ 4,86 milhões.

— Enquanto a Argentina não resolver os problemas internos, não conseguirá crescer. Isso prejudica o setor.

Trigo

Moinhos brasileiros estão comprando dos Estados Unidos a maior parte do trigo importado de que necessitam nesta época do ano quando geralmente trariam o produto da Argentina. O governo do país vizinho ainda não liberou os embarques para exportações.

A situação eleva os custos das empresas e alonga os cronogramas de desembarque do produto importado, o que atrapalha o planejamento das indústrias.

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Soluções

O presidente da Camarbra (Câmara de Comércio Argentino - Brasileira de São Paulo), Alberto Alzueta, afirma que uma sugestão para evitar os problemas de produtos presos na fronteira da Argentina é usar moedas locais e diminuir a burocracia na licença com declaração prévia.

O diretor do Ceiri Marcelo Suano diz que, para melhorar a situação, as empresas precisam criar estratégias de sobrevivência e se adaptar às restrições do país vizinho. Já no âmbito político, é preciso ter menos populismo.

— O que é mais difícil de acontecer no médio e curto prazo.

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