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Dólar tem a maior alta em 8 anos e vale mais de R$ 3,35

Disparada de quase 5% da moeda norte-americana foi motivada por BC, Trump e Temer

Economia|

No dia, dólar oscilou entre R$ 3,20 e R$ 3,39
No dia, dólar oscilou entre R$ 3,20 e R$ 3,39 No dia, dólar oscilou entre R$ 3,20 e R$ 3,39

O dólar fechou com a maior alta em oito anos nesta quinta-feira (10) ao disparar mais de 4,5%, indo acima de R$ 3,35. O avanço da moeda foi guiado pela forte onda de aversão ao risco por conta da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e pela ausência do BC (Banco Central) brasileiro no mercado de câmbio.

Pesaram ainda sobre o câmbio fluxos de saída de dólares e preocupações sobre o futuro político do presidente Michel Temer.

O dólar avançou 4,73%, a R$ 3,3614 na venda, maior alta de fechamento desde 22 de outubro de 2008, quando subiu quase 6%. O dólar futuro subia cerca de 4,6% no final desta tarde. Na máxima do dia, a moeda norte-americana marcou R$ 3,3910 e, na mínima, R$ 3,2095.

Na véspera, o dólar havia subido quase 1,5 por cento sobre o real, já reagindo à eleição de Trump como presidente norte-americano.

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O dólar já abriu em forte alta esta sessão após o BC anunciar, no noite passada, que interrompeu a oferta de leilões quase diários de swaps cambiais reversos, equivalentes à compra futura de dólares. O objetivo é "acompanhar e avaliar as atuais condições de mercado" após a inesperada vitória de Trump.

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Segundo dados do BC, há US$ 6,491 bilhões em contratos de swap tradicional — equivalentes à venda futura de dólares — que vencem em 1º de dezembro e que, se o BC mantivesse o movimento até então, poderiam ser anulados se os leilões de reversos fossem mantidos neste mês.

"É um volume considerável", comentou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, lembrando que o estoque total de swaps tradicionais equivale a US$ 24,106 bilhões.

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No Chile, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou nesta sessão que a autoridade monetária está monitorando as condições do mercado de câmbio para ajudar a não colocar mais pressão e que, se for necessário, tomará as "medidas adequadas".

Em outubro, o BC anunciou que não anularia integralmente os contratos que venceram em 1º de novembro, o que também gerou pressão de alta sobre a moeda norte-americana.

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"O mercado não sabe até quando o BC não fará leilões de swap reverso e já está procurando 'hedge', antecipando uma ausência futura", explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Contribuiu também para a disparada do dólar a notícia de que a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff entregou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) documentos que apontam que uma doação de R$ 1 milhão feita à campanha eleitoral de 2014 pela empreiteira Andrade Gutierrez foi direcionada à campanha do então vice-presidente Michel Temer, companheiro de chapa da petista na eleição daquele ano.

A ação acontece no âmbito de ação que tramita no TSE pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer, que venceu as eleições presidenciais de 2014.

"O externo predomina, mas aparecem notícias negativas e o investidor prefere desmontar sua posição e ver como vai ficar", resumiu um profissional da mesa de câmbio de um banco nacional.

No exterior, os investidores ainda pressionaram as moedas emergentes, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso colombiano, após a vitória de Trump à Presidência dos Estados Unidos que, apesar de ter adotado um tom mais conciliador em seu discurso após as eleições, ainda gerava cautela nos mercados.

"O governo Trump deve ampliar o volume de gastos e aumento de preços, aquecendo a economia dos EUA, o que deve levar a aumentos de juros para impedir um descontrole inflacionário", comentou Machado, da H.Commcor. "Os investidores então enxugam risco e internalizam um pouco de recursos", completou.

Ao elevar os juros, a maior economia do mundo pode atrair recursos aplicados em países emergentes, como o Brasil. Operadores ressaltaram que, nesta sessão, houve saída de capital do Brasil, ajudando a pressionar o dólar sobre o real.

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