Ex-funcionária ganha indenização após ser constrangida por empresa
Auxiliar de produção receberá R$ 20 mil depois de decisão do Superior Tribunal do Trabalho
Economia|Do R7
A auxiliar de produção Sônia da Silva ganhou indenização de R$ 20 mil contra empresa em que trabalhou após decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho). As informações foram publicadas no site do órgão na última sexta-feira (7).
Segundo Sônia, a gerente da empresa registrada como Fax Point Indústria e Exportação Ltda. pediu para que ela e outras trabalhadores, em 1998, “formassem uma fila, baixassem as calças e exibissem a roupa íntima para saber qual delas estava usando absorvente higiênico.”
A indenização pelo ocorrido havia sido fixada no valor de R$ 5 mil, mas ex-funcionária recorreu ao valor.
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O motivo do pedido da patroa, ainda conforme as informações do site, seria descobrir quem deixou um absorvente feminino “exposto” encontrado pela gerente no banheiro do local.
Exposição
De acordo com a trabalhadora, o caso “gerou angústia e grave constrangimento a ela e às colegas por terem sido alvo de chacota e de humilhação no trabalho, situação que se tornou mais grave porque o fato foi amplamente divulgado.”
A empresa, por sua vez, alegou que “jamais agiu de forma desrespeitosa com a auxiliar de produção e que não houve dano capaz de justificar a pretensão de indenização", segundo a divulgação do TST.
Para a ministra Delaíde Miranda Arantes, relatora do recurso que pediu aumento da indenização, o caso “ultrapassou a questão do constrangimento e envolveu, sobretudo, a questão de gênero.” Ela destacou, segundo o site do tribunal, que “não é possível avaliar o que significa, na vida de uma mulher, essa forma de exposição tão constrangedora.”
O processo corre na 40º Vara de Trabalho de São Paulo.
O R7 não conseguiu conversar com os advogados da ex-auxiliar de produção e da empresa envolvida no caso até a publicação dessa reportagem.