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Falta de estradas e portos deixa produto brasileiro 1,5% mais caro

Para diretor da Fiesp, infraestrutura é um dos fatores relevantes do custo-Brasil

Economia|Joyce Carla, do R7

Brasil está espremido entre os países que têm mão de obra barata e os que têm a produtividade elevada, segundo economista do Ipea
Brasil está espremido entre os países que têm mão de obra barata e os que têm a produtividade elevada, segundo economista do Ipea Brasil está espremido entre os países que têm mão de obra barata e os que têm a produtividade elevada, segundo economista do Ipea

A indústria brasileira precisa de um melhor sistema de transportes e infraestrutura no País para se tornar mais competitiva no mercado mundial. A avaliação é unânime entre os especialistas da área, que participaram nesta segunda-feira (19) do “L.E.T.S. – Planejamento Integrado da Infraestrutura”, evento organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com autoridades do setor.

De acordo com o diretor do departamento de Competitividade e Tecnologia da federação de indústrias paulista, José Ricardo Roriz Coelho, a deficiência do Brasil em infraestrutura deixa o produto nacional 1,5% mais caro do que outros países com os quais compete.

— Para o Brasil se desenvolver, é preciso resolver os problemas de infraestrutura, já que isso gera custos. E o custo de produzir no País deixa a indústria nacional menos competitiva.

Roriz afirma que o Brasil está entre os últimos países em relação à eficiência da infraestrutura de distribuição de bens e de serviços.

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O economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Mansueto Almeida diz que a tendência da política industrial nacional para o futuro é incerta, pois o Brasil está espremido entre os países que têm mão de obra barata e os que têm a produtividade elevada.

— O Brasil tem um alto gasto com previdência e programas sociais, não tem espaço para reduzir a carga tributária e fica sem ter como investir em infraestrutura. Além disso, falta incentivo à inovação e ao desenvolvimento de novas oportunidades.

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Investimento

O professor da PUC Antonio Corrêa de Lacerda afirma que o Brasil precisa investir R$ 1 trilhão para se tornar competitivo novamente e, segundo ele, esse valor não deve vir somente do governo, mas de PPPs (Parcerias Público-Privadas) e de concessões.

— Para cada R$ 1 investido em infraestrutura, temos um incremento de R$ 3 ou mais no PIB [Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo País]. O investimento do Brasil cresceu, mas está aquém da necessidade e depende do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social].

Brasil precisa de incentivos para energia limpa e infraestrutura para aumentar competitividade

Segundo o gerente do IFC (International Finance Corporation) no Brasil - divisão de setor privado do Banco Mundial -, Hector Gomez Ang, a produtividade brasileira se perde na logística, com atrasos, perda de tempo e custos adicionais.

— Entre os BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], o Brasil é um dos últimos em infraestrutura, a economia está desaquecendo e o País não tem um ambiente favorável à negociação. Para resolver a situação é preciso tornar o ciclo de planejamento em infraestrutura mais eficiente e desvincular os investimentos da agenda política. 

Brasil X China

O professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Fernando Sarti comparou a experiência do Brasil com a China. Segundo ele, o país asiático teve crescimento no investimento e queda no consumo.

— No Brasil, o investimento subiu pouco e o gasto público ficou elevado. Além disso, houve um retrocesso tecnológico em nosso País. Nesse cenário, a demanda industrial tem sido suprida fora do Brasil. E não é possível uma nação ser rica com indústria fraca.

O economista Caio Megale, do Itaú BBA, relembra que há 20 anos o obstáculo para o crescimento do País era a hiperinflação e que, há dez anos, era o desemprego e falta de demanda interna.

— Como em uma corrida de obstáculos, estamos seguindo em frente e a barreira da vez é a infraestrutura. As oportunidades estão aqui, só precisamos reverter a tendência recente de recuo da confiança dos empresários e do consumidor.

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